Campinas, Sábado, 12 de junho de 1999

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Grevista pára centro de Campinas e causa congestionamento recorde

Frâncio de Hollanda/Folha Imagem
Trânsito parado na avenida Benjamin Constant devido ao protesto


Frâncio de Hollanda/Folha Imagem
Motoristas de ônibus em passeata na rua General Osório, no centro


free-lance para a Folha Campinas

Motoristas, cobradores e servidores em greve pararam ontem a região central de Campinas com passeatas e protestos nas principais ruas e avenidas. O trânsito ficou lento e o congestionamento atingiu 25 quilômetros, recorde na cidade.
O recorde anterior era de 22 quilômetros e ocorreu em julho do ano passado, durante a partida entre Brasil e Marrocos no Mundial da França.
Segundo a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), o recorde foi alcançado devido às manifestações de condutores e de servidores em greve.
A média de trânsito lento da cidade em dias normais é de dois a cinco quilômetros, de acordo com a Emdec.
Às 7h de ontem, cerca de 800 condutores saíram da sede da Visca (Viação Santa Catarina), no bairro Boa Vista, em direção ao centro. Às 10h40, eles bloquearam o cruzamento da rua General Osório com a avenida Francisco Glicério, onde permaneceram até as 15h50. Por causa da passeata, a rodovia Anhanguera também sofreu congestionamentos pela manhã.
Cerca de 2.000 servidores públicos municipais, que completaram ontem 30 dias de paralisação na saúde e 15 em outras áreas, fizeram um ato de protesto pelas ruas do centro também.
Vestidos com roupas negras, eles caminharam até o largo da Catedral e retornaram ao Paço Municipal por cerca de duas horas.
As categorias não chegaram a se encontrar durante os protestos.
A Polícia Militar tentou convencer os grevistas a não bloquear as ruas nem realizar passeatas em horários de pico, mas não conseguiu.
Segundo Sylvio Antonio Silva, da diretoria de tráfego da Emdec, o trânsito não sofreu um colapso ontem porque os grevistas não bloquearam avenidas do Rótula, sistema viário de anéis instalado em 1996 para fazer o trânsito fluir melhor na região central. "Como eles fecharam a Glicério, conseguimos desviar o tráfego todo daquela região e o trânsito não parou, só ficou lento", disse Silva.
Nos locais de bloqueio, os manifestantes só deixavam circular os taxistas.
Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Campinas e Região, Mário de Oliveira Santana, a passeata e o bloqueio da Glicério com a General Osório ocorreu para forçar empresários e o poder público a encontrarem uma solução para o impasse.
Cerca de 3.460 motoristas e cobradores estão parados há seis dias reivindicando o pagamento de dois meses de vales-refeição atrasados.

As empresas
Nº de empresas multadas: 5
Empresas atingidas:Urca, Tuca, Rápido Luxo, Visca e VBTU
Total de multas: R$ 17,1 mil
Maior valor de multa: R$ 4.800
Motivo das multas:quota mínima de ônibus por linha não cumprida
Empresas: alegam que vão recorrer de todas as penalidades, pois devem manter 30% da frota nas ruas

No Transporte
Nº de empresas: 6
Empresas atingidas: 5
Trabalhadores em greve: 3.460
Prejudicados: 350 mil
Cidade atingida: Campinas
O que pedem os motoristas e cobradores: pagamento dos vales-refeição de abril e maio passados
O que alegam as empresas: não ter dinheiro




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