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CRISE NA ADMINISTRAÇÃO
Depois de seis horas de reunião, movimento é mantido; Câmara retoma idéia de impeachment
Negociações fracassam e greve continua
GUSTAVO PORTO
RICARDO BRANDT
free-lance para a Folha Campinas
Após seis horas de negociações entre servidores públicos e
o prefeito de
Campinas,
Francisco Amaral (PPB), fracassou ontem a tentativa de encerrar a greve da categoria, que dura
31 dias no setor da saúde, e 16 nas
demais áreas.
Com o fracasso, ganhou força
ontem o movimento de vereadores
de oposição que quer instalar na
Câmara uma CP (Comissão Processante), que pode terminar com
o impeachment de Chico.
"A situação é crítica e todas as
possibilidades estão sendo analisadas pelas lideranças", afirmou o
vereador Dário Saadi, líder do
PSDB na Câmara.
Na reunião com os servidores, o
prefeito propôs a realização de
uma agenda conjunta de negociações, o pagamento dos dias parados e da Unimed para os servidores que recebem até R$ 1.400, além
do compromisso de não enviar
projetos à Câmara cortando benefícios.
O otimismo de lideranças dos
servidores após o encontro não
durou muito para acabar, após as
propostas serem apresentadas aos
cerca de 2.000 trabalhadores que
estiveram no Paço Municipal ontem, segundo a Polícia Militar.
Os servidores não aceitaram as
propostas apresentadas pela prefeitura e mantêm as exigências de
que não ocorram demissões, que
sejam mantidos os benefícios e
que 80% dos servidores comissionados sejam cortados.
"Não podemos ser acusados de
intransigentes", afirmou o coordenador-geral do sindicato Fábio
Custódio. Na segunda-feira, segundo ele, o sindicato busca uma
nova reunião com o prefeito para
tentar por fim ao impasse.
Temor
Além da situação delicada em se
iniciar um processo inédito de impeachment em Campinas, vereadores que articulam o movimento
temem ainda que a saída do prefeito possa piorar a situação porque o
seu vice, Carlos Cruz (PMDB), tem
restrições políticas na Câmara.
Vereadores não têm uma análise
positiva em relação aos 15 dias em
que Cruz ficou no cargo, no início
de maio, e criticam a Secretaria da
Educação, comandada pelo
PMDB, que está sendo investigada
pela própria prefeitura sob suspeita de superfaturamento na merenda escolar.
Sobre a possibilidade de impeachment, Chico afirmou estar
tranquilo de que isso não vai ocorrer. "A Câmara tem direito de fazer
o que quiser, mas acho que os vereadores estão mais empenhados
em ajudar a cidade", afirmou o
prefeito.
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