Campinas, Sábado, 13 de março de 1999

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ECONOMIA
Trabalhadores decidiram paralisar a produção para protestar contra 40 demissões anunciadas anteontem
500 fazem greve na BS de Hortolândia

MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas

Os 500 trabalhadores da área de produção da BS Continental, de Hortolândia (20 km de Campinas), entraram em greve ontem para protestar contra 40 demissões anunciadas anteontem pela empresa, que fabrica geladeiras e freezeres.
A produção da empresa ficou totalmente paralisada. A empresa possui cerca de 600 funcionários, sendo pelo menos cem das áreas administrativa e técnica.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, a greve é por tempo indeterminado. A maioria dos trabalhadores permaneceu até as 17h na porta da fábrica e decidiu manter a greve para o turno de hoje.
Em fevereiro, a empresa concedeu férias coletivas, em uma época considerada atípica, segundo o sindicato.
A Folha procurou a direção da BS Continental por telefone ontem, mas não localizou nenhum diretor. A reportagem tentou entrar em contato com a direção da empresa em São Paulo e em Hortolândia pelo menos cinco vezes.
Até as 19h30, no entanto, nenhum diretor havia respondido aos recados deixados pela Folha.
Em assembléia realizada ontem no final da tarde na frente da indústria, os funcionários decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
Os trabalhadores da empresa exigem que a BS Continental cancele as demissões, forneça o transporte gratuito a todos, crie uma política de cargos e salários e pague aos trabalhadores a segunda parcela de participação nos lucros e resultados de 1998.
"Enquanto a empresa não negociar com o sindicato as propostas feitas pelos funcionários, a greve deve ser mantida", disse o sindicalista Jair dos Santos.

Participação
De acordo com Santos, a empresa deve entre R$ 300 e R$ 400 aos funcionários, valores referentes à segunda parcela da participação nos lucros, que deveria ter sido paga no dia 29 de fevereiro passado.
A BS Continental iniciou a produção na fábrica de Hortolândia em julho de 97. De acordo com dados do sindicato, a empresa produz cerca de 120 geladeiras e freezeres por hora.
"Desde dezembro de do ano passado a empresa já demitiu pelo menos cem funcionários", disse Santos.
Uma nova assembléia entre os funcionários foi marcada para hoje, às 6h, na porta da fábrica.
Segundo o sindicato, os funcionários da fábrica estão apreensivos com boatos de que a empresa passaria a operar em apenas um turno este ano.
Atualmente, os funcionários trabalham em dois turnos, de acordo com o sindicato.



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