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VIOLÊNCIA
Guardas armados impediram a construção de uma cobertura na rua Álvares Machado, no centro de Campinas
Conflito entre GM e camelô deixa 3 feridos
DIOGO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Um confronto entre a Guarda
Municipal de Campinas e camelôs deixou três pessoas feridas, no
início da tarde de ontem, no centro da cidade.
No momento do conflito, cerca
de 30 guardas armados e 50 camelôs estavam no local.
O conflito aconteceu enquanto
os trabalhadores informais construíam a cobertura do camelódromo da rua Álvares Machado.
Dois guardas municipais e um
camelô ficaram levemente feridos, segundo o boletim de ocorrência registrado no 1º Distrito
Policial.
O secretário municipal da Segurança Pública, Ruyrillo Pedro de
Magalhães, que esteve no camelódromo pela manhã, disse que a
GM foi chamada para cumprir
uma determinação da Setec (Serviços Técnicos Gerais), que proibia os camelôs de construir a cobertura.
A presidente do Sindicato dos
Trabalhadores da Economia Informal de Campinas, Maria José
Marsaiolis Salles, informou que
cerca de 80 camelôs estavam desde a madrugada no local.
"O camelódromo existe há cinco anos e nós estamos tentando
melhorar nossas condições de
trabalho", disse Maria José.
O presidente da Setec, Celso Lorena de Mello, não foi encontrado
pela Folha ontem para comentar
o assunto.
A presidente do sindicato informou que os camelôs estavam entrando em acordo com a Setec e
com a polícia até que dois GMs teriam chegado atirando para.
"A GM abusou da autoridade
por ter atirado contra os trabalhadores e crianças que estavam aqui
desde a madrugada", disse Maria
José.
Mário Sérgio Rodrigues Baltar,
monitor da GM, não soube informar se o fato aconteceu.
"O comando da GM vai esperar
até amanhã (hoje) para apurar se
houve ou não os disparos", disse
Baltar.
Segundo a Polícia Civil, no boletim de ocorrência não foi registrado nenhum disparo. Três camelôs
que estavam embriagados foram
detidos e, em seguida, liberados.
O secretário da Segurança não
quis comentar o assunto.
Maria José informou que estava
marcada uma reunião com a Setec, na próxima segunda-feira,
para resolver o problema. "Após
o conflito, não sei como vai ficar a
situação", disse.
Segundo a presidente, 83 camelôs cadastrados trabalham na Álvares Machado. Em Campinas, o
número de camelôs no centro
chega a 500.
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