Campinas, Sexta-feira, 13 de Outubro de 2000

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VIOLÊNCIA
Guardas armados impediram a construção de uma cobertura na rua Álvares Machado, no centro de Campinas
Conflito entre GM e camelô deixa 3 feridos

DIOGO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Um confronto entre a Guarda Municipal de Campinas e camelôs deixou três pessoas feridas, no início da tarde de ontem, no centro da cidade.
No momento do conflito, cerca de 30 guardas armados e 50 camelôs estavam no local.
O conflito aconteceu enquanto os trabalhadores informais construíam a cobertura do camelódromo da rua Álvares Machado.
Dois guardas municipais e um camelô ficaram levemente feridos, segundo o boletim de ocorrência registrado no 1º Distrito Policial.
O secretário municipal da Segurança Pública, Ruyrillo Pedro de Magalhães, que esteve no camelódromo pela manhã, disse que a GM foi chamada para cumprir uma determinação da Setec (Serviços Técnicos Gerais), que proibia os camelôs de construir a cobertura.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Economia Informal de Campinas, Maria José Marsaiolis Salles, informou que cerca de 80 camelôs estavam desde a madrugada no local.
"O camelódromo existe há cinco anos e nós estamos tentando melhorar nossas condições de trabalho", disse Maria José.
O presidente da Setec, Celso Lorena de Mello, não foi encontrado pela Folha ontem para comentar o assunto.
A presidente do sindicato informou que os camelôs estavam entrando em acordo com a Setec e com a polícia até que dois GMs teriam chegado atirando para.
"A GM abusou da autoridade por ter atirado contra os trabalhadores e crianças que estavam aqui desde a madrugada", disse Maria José.
Mário Sérgio Rodrigues Baltar, monitor da GM, não soube informar se o fato aconteceu.
"O comando da GM vai esperar até amanhã (hoje) para apurar se houve ou não os disparos", disse Baltar.
Segundo a Polícia Civil, no boletim de ocorrência não foi registrado nenhum disparo. Três camelôs que estavam embriagados foram detidos e, em seguida, liberados.
O secretário da Segurança não quis comentar o assunto.
Maria José informou que estava marcada uma reunião com a Setec, na próxima segunda-feira, para resolver o problema. "Após o conflito, não sei como vai ficar a situação", disse.
Segundo a presidente, 83 camelôs cadastrados trabalham na Álvares Machado. Em Campinas, o número de camelôs no centro chega a 500.


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