Campinas, Sexta-feira, 14 de Julho de 2000


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CAMPINAS, 226
Fundação oficial foi em uma missa celebrada na igreja matriz
Pousada de tropeiro deu origem à vila de São Carlos

DA FOLHA CAMPINAS

A abertura dos caminhos para o sertão de Goiás e Mato Grosso por tropeiros foi o primeiro passo para a origem de Campinas.
Uma dessas trilhas, aberta entre 1721 e 1730, foi chamada de "caminho dos goiases".
Não demorou para que fosse instalada uma pousada para descanso dos tropeiros entre as vilas de Jundiaí e Mogi Mirim.
A pousada ficou conhecida como "Campinas do Mato Grosso", por causa da formação de três pequenos "campinhos" em meio à densa mata.
O povoamento efetivo começou com a chegada de Francisco Barreto Leme, entre 1739 e 1744, de Taubaté. Veio com sua família e outros conterrâneos e se fixou em algumas terras abandonadas.
Em 1767, 185 pessoas moravam no bairro de Mato Grosso, segundo recenseamento. A economia era baseada na agricultura de subsistência e os recursos disponíveis eram mínimos.
Em 1722, foi solicitada licença para a construção de uma capela no local, devido à distância das igrejas mais próximas, que ficavam em Jundiaí.
Sob pressões políticas, as autoridades eclesiásticas concederam, em 1773, autorização para a construção de uma igreja matriz, em vez de uma capela.
O ato significou a emancipação religiosa de Campinas, embora a vila continuasse a depender politicamente de Jundiaí.
Em maio de 1774, o governador da Capitania de São Paulo, Morgado Mateus, outorgou a Barreto Leme a fundação do núcleo.
No dia 14 de julho de 1774, em uma capela provisória, foi celebrada a primeira missa pelo frei Antônio de Pádua, primeiro vigário da nova paróquia. O dia ficou definido como data oficial da fundação de Campinas.
O Distrito de Conceição de Campinas foi criado em 1775. Em 1797, foi elevado à condição de vila, com o nome de vila de São Carlos, surgindo então o município desmembrado de Jundiaí. Nesta época, a vila possuía 2.107 habitantes e pouco mais de 400 casas.
A nome vila de São Carlos nunca prevaleceu junto à população e, em 1842, a vila foi elevada à categoria de cidade com o nome, já tradicional, de Campinas.
A economia foi marcada inicialmente pela lavoura canavieira e a indústria açucareira, com uso de mão-de-obra escrava.
A economia passou, de forma gradual, da monocultura de açúcar para a monocultura cafeeira no início do século 19.
Em 1830, o café já estava consolidado na região e, em 1854, havia em Campinas 117 fazendas com a produção anual de mais de 300 mil arrobas de café.
Em seguida, vieram os imigrantes europeus, substituindo, aos poucos, a mão-de-obra escrava nas fazendas e nas ferrovias. O acúmulo de capital gerado pela agricultura desenvolveu os setores de comércio e finanças.


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