|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ECONOMIA
Funcionários não conseguiram descontar cheques dados pela empresa para pagar salários de fevereiro
Quinhentos param na DZ de Piracicaba
free-lance para a Folha Campinas
Quinhentos funcionários da indústria DZ S/A - Engenharia, Equipamentos e Sistemas, de Piracicaba (80 km de Campinas), estão em
greve desde sexta-feira passada
por falta de pagamento dos salários de fevereiro.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e Região,
dos 550 funcionários que trabalham na empresa, 500 paralisaram
o trabalho.
A DZ, que pertence à holding Dedini S/A Administração e Participações, teria pago o salário de fevereiro aos trabalhadores com cheques que venceram dia 12 passado.
Segundo o presidente do sindicato, José Luís Ribeiro, os cheques
não tinham fundos. Os trabalhadores realizaram uma assembléia
no pátio da empresa no mesmo dia
e votaram pela paralisação.
Segundo o sindicato, a empresa
alega que os cheques poderão ser
descontados hoje.
O vice-presidente da empresa,
Tarcísio Ângelo Mascarim, foi
procurado pela Folha para comentar o ocorrido, mas não foi encontrado na empresa ontem.
Albino João Grisotto, diretor do
sindicato dos metalúrgicos e funcionário da empresa, disse que os
trabalhadores da DZ tentarão descontar seus cheques hoje.
Se não for possível receber os salários, outra assembléia será realizada para decidir os rumos da greve. "Se não sacarmos o dinheiro
amanhã (hoje), provavelmente
iremos continuar a paralisação,
pois nossas contas não esperam
para ser pagas", afirmou o sindicalista.
Acordo
Segundo o presidente do sindicato, a situação dos trabalhadores
com a empresa fica mais difícil a
cada ano. Foram feitos vários acordos entre o sindicato e a empresa.
Entre eles está o que determinou
que os salários deveriam ser pagos
sempre no dia 5 de cada mês, mas a
empresa atrasava o pagamento até
o dia 15.
Também foram negociadas multas de R$ 2 por dia de atraso no pagamento. "Esse atraso foi a gota
d"água para os funcionários, que
estavam cansados de acordos e decidiram em assembléia, com a falta
do pagamento, partir para a paralisação", afirmou Ribeiro.
O sindicato informou que, se a
greve continuar, vai ser preciso
realizar campanhas a fim de arrecadar dinheiro para as famílias dos
trabalhadores.
De acordo com Ribeiro, o sindicato tenta ajudar as famílias em situação mais precária. Segundo ele,
no entanto, o sindicato só tem condições de resolver casos emergenciais, e não os de todos os trabalhadores.
Os funcionários permaneceram
na frente da indústria até as 11h de
ontem. Hoje eles retornam para
decidir em uma assembléia, às 9h,
os rumos do movimento.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|