Campinas, Terça, 16 de março de 1999

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ECONOMIA
Funcionários não conseguiram descontar cheques dados pela empresa para pagar salários de fevereiro
Quinhentos param na DZ de Piracicaba

free-lance para a Folha Campinas

Quinhentos funcionários da indústria DZ S/A - Engenharia, Equipamentos e Sistemas, de Piracicaba (80 km de Campinas), estão em greve desde sexta-feira passada por falta de pagamento dos salários de fevereiro.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e Região, dos 550 funcionários que trabalham na empresa, 500 paralisaram o trabalho.
A DZ, que pertence à holding Dedini S/A Administração e Participações, teria pago o salário de fevereiro aos trabalhadores com cheques que venceram dia 12 passado.
Segundo o presidente do sindicato, José Luís Ribeiro, os cheques não tinham fundos. Os trabalhadores realizaram uma assembléia no pátio da empresa no mesmo dia e votaram pela paralisação.
Segundo o sindicato, a empresa alega que os cheques poderão ser descontados hoje.
O vice-presidente da empresa, Tarcísio Ângelo Mascarim, foi procurado pela Folha para comentar o ocorrido, mas não foi encontrado na empresa ontem.
Albino João Grisotto, diretor do sindicato dos metalúrgicos e funcionário da empresa, disse que os trabalhadores da DZ tentarão descontar seus cheques hoje.
Se não for possível receber os salários, outra assembléia será realizada para decidir os rumos da greve. "Se não sacarmos o dinheiro amanhã (hoje), provavelmente iremos continuar a paralisação, pois nossas contas não esperam para ser pagas", afirmou o sindicalista.

Acordo
Segundo o presidente do sindicato, a situação dos trabalhadores com a empresa fica mais difícil a cada ano. Foram feitos vários acordos entre o sindicato e a empresa. Entre eles está o que determinou que os salários deveriam ser pagos sempre no dia 5 de cada mês, mas a empresa atrasava o pagamento até o dia 15.
Também foram negociadas multas de R$ 2 por dia de atraso no pagamento. "Esse atraso foi a gota d"água para os funcionários, que estavam cansados de acordos e decidiram em assembléia, com a falta do pagamento, partir para a paralisação", afirmou Ribeiro.
O sindicato informou que, se a greve continuar, vai ser preciso realizar campanhas a fim de arrecadar dinheiro para as famílias dos trabalhadores.
De acordo com Ribeiro, o sindicato tenta ajudar as famílias em situação mais precária. Segundo ele, no entanto, o sindicato só tem condições de resolver casos emergenciais, e não os de todos os trabalhadores.
Os funcionários permaneceram na frente da indústria até as 11h de ontem. Hoje eles retornam para decidir em uma assembléia, às 9h, os rumos do movimento.



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