Campinas, Sexta-feira, 16 de Junho de 2000


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Região pode ter epidemia de sarampo

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Pelo menos 17 (40%) dos 42 municípios sob a coordenação da DIR-12 (Direção Regional de Saúde) de Campinas não atingiram a meta mínima de 95% de vacinação contra sarampo, de acordo com dados da DIR.
De janeiro até abril deste ano, a média de cobertura de rotina foi 80% na região.
"Quando a meta de cobertura não é atingida, aumenta o número de crianças suscetíveis à doença, podendo haver uma epidemia", disse a diretora da Vigilância Epidemiológica da DIR-12, Maria Filomena Vilela.
A DIR espera reverter este quadro com a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite (paralisia infantil) que acontece amanhã.
A estimativa da direção é que 100 mil crianças sejam vacinadas contra o sarampo na região.

Campanha
A Secretaria da Saúde de Campinas recebeu 96 mil doses de vacina contra a poliomielite.
A coordenadora da área de doenças transmissíveis da Covisa (Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental), Naoko Silveira, estima que pelo menos 79,4 mil crianças sejam vacinadas.
Na campanha contra o sarampo, a Covisa espera imunizar 95% das 76 mil crianças em Campinas.
O Ministério da Saúde enviou cerca de 76 mil doses da vacina dupla viral (Sarampo e rubéola) e 5.100 doses contra o sarampo.
A vacina contra o sarampo deve ser tomada por crianças entre nove meses e um ano. A dupla viral é recomendada para crianças com até cinco anos.

Epidemia
A DIR-12 quer evitar uma epidemia de sarampo na região como a que aconteceu em 97.
Os 42 municípios que compõem a direção acumularam 1.200 dos 42.000 casos da doença registrados no Estado.
Só em Campinas, foram registrados 269 casos e duas mortes. No ano passado houve apenas um caso adulto e este ano Campinas registrou um caso de uma criança de dez meses.
Para Filomena, o fato de 40% das cidades não atingirem a meta de vacinação é preocupante. "Para evitar que o vírus volte a se manifestar é preciso que a cobertura seja homogênea", afirmou.
Para cada 100 crianças vacinadas, apenas 95 são imunizadas.
Segundo Naoko, existe uma "janela" de 5% no número de crianças vacinadas que não conseguem desenvolver os anticorpos na primeira dose. Esse percentual equivale ao número de crianças suscetíveis (não imunizadas) que, em cinco anos, pode chegar a 16 mil.
"O índice de 80% de vacinação é baixo. Corremos o risco de nova epidemia", disse Naoko.


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