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VIOLÊNCIA
Média dos primeiros 15 dias do ano é 21% superior à de 99; foram 24 assassinatos até ontem
Campinas tem 1,7 homicídio por dia
RICARDO BRANDT
free-lance para a Folha Campinas
Nos 15 primeiros dias de janeiro
deste ano, 1,7 assassinato foi registrado por dia pela Polícia Civil de
Campinas. A média é superior ao
registrado ao longo do ano passado, quando aconteceram 1,4 assassinatos por dia.
Até a madrugada de ontem, a
polícia registrou 24 assassinatos.
A polícia não forneceu os dados
comparativos em relação aos 15
primeiros dias de 99.
No mês inteiro de janeiro do
ano passado, aconteceram 55 assassinatos.
O delegado-seccional de Campinas, Josué Ferreira Ribeiro, disse que é comum o aumento de casos de homicídios durante o verão.
"Nesse período quente do ano
há maior consumo de bebidas alcoólicas e também as pessoas ficam mais tempo fora de casa aumentando o risco de brigas", disse
o delegado.
Na madrugada de anteontem, a
polícia registrou o assassinato de
um taxista, morto em serviço com
um tiro na cabeça.
O taxista Paulo Roberto de Almeida, 45, foi baleado após tentar
reagir a um assalto, segundo a polícia (leia texto ao lado).
Somente neste último fim-de-semana, cinco pessoas foram assassinadas desde a noite de sexta-feira até a tarde de ontem.
Na madruga de sábado, um homem identificado pela polícia como Ataíde Resende Filho foi assassinado com 18 tiros no bairro
San Martim.
Homicídios
O número de homicídios em
Campinas cresceu 111,1% em cinco anos, segundo dados estatísticos da Delegacia Seccional.
O número de assassinatos subiu
de 251 casos em 1995 para 530 casos no ano passado.
Nos últimos cinco anos houve
aumento de apenas 6% no número de habitantes.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
a população cresceu de 896 mil
em 1995 para 950 mil em 99.
Há cinco anos, aconteciam 28
assassinatos para cada grupo de
100 mil habitantes.
No último ano, foram registrados 54 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes.
O delegado-seccional afirmou
que a maior parte dos homicídios
está relacionada ao tráfico e uso
de drogas.
O professor de sociologia jurídica da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Gessé Marques Júnior, aponta o crack como
o principal motivo para o aumento dos homicídios.
Segundo ele, a "fissura" (necessidade de uso da droga) do crack
para o viciado é algo incontrolável, levando-o a atos extremos para conseguir o dinheiro necessário para comprar a droga.
"O viciado nessa droga perde o
limites para conseguir consumir,
chegando até a matar", disse o sociólogo.
Para ele, a legalização das drogas seria o primeiro passo para a
redução dos crimes.
Para o delegado, o homicídio é
um crime de difícil prevenção,
pois só começa a ser investigado
somente depois que o fato ocorreu.
"Podemos estar com uma viatura em frente uma casa, onde dentro dela pode estar ocorrendo um
assassinato, sem que saibamos",
disse Ribeiro.
Latrocínio
Dos 24 assassinatos registrados
neste início de ano, três casos são
de latrocínio (roubo seguido de
morte).
No início da última semana, o
comerciante José Carlos Lara, 52,
foi baleado na cabeça e morreu
em um roubo em sua loja, no Jardim Londres.
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