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CRISE CARCERÁRIA
Unidade de Araras é alvo de pedido de interdição
Mesmo após destruição, cadeia ainda recebe preso
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Cadeia Pública de Araras (74
km de Campinas) continua recebendo presos, apesar do pedido
de interdição feito pelo juiz-corregedor, René de Paula, e depois
da destruição causada pela última
rebelião ocorrida no local.
Segundo a polícia, os presos estão dormindo no corredor e em
celas sem grades.
A unidade tem capacidade para
abrigar 58 presos, mas abrigava
170 detentos ontem.
A cadeia foi destruída durante
uma rebelião ocorrida há duas semanas. Os presos atearam fogo
nos colchões e serraram grades.
O juiz-corregedor pediu a interdição por considerar que a cadeia
não tem condições de segurança
para abrigar os detentos.
Segundo a Polícia Civil, oito homens foram detidos em flagrante
anteontem na cidade e levados
para a cadeia.
O relatório conclusivo com a
coleta de provas que sustentam o
pedido de interdição foi enviado
ontem à Corregedoria Geral.
Segundo o juiz-corregedor, laudos da Vigilância Sanitária, da Polícia Técnica e de engenheiros da
Prefeitura de Araras atestam a
impossibilidade de a cadeia continuar funcionando.
O delegado-seccional de Limeira (56 km), Milton Triano, proibiu a entrada de novos presos de
outras cidades na unidade prisional de Araras até que sejam consertadas as celas.
"A situação física em que se encontra a cadeia é problemática,
sem condição alguma de receber
presos", disse Paula.
A polícia acredita que, até o próximo dia 20, a cadeia tenha passado pela vistoria necessária para finalizar o processo de interdição
da unidade.
O juiz-corregedor aguarda
transferências para evitar fugas.
No entanto apenas 15 detentos foram removidos. Dez foram para a
Cadeia de Americana (28 km) e
cinco foram levados para a Cadeia
de Itirapina (104 km).
O problema com a superlotação
começou no ano passado, com a
interdição da Cadeia Pública de
Limeira, e se agravou com a interdição do Cadeião de Piracicaba
(80 km), também por causa de
suas condições.
Leme
De acordo com o delegado-seccional de Limeira, a Cadeia Pública de Leme (91 km), da qual fugiram 23 presos no último domingo, não deve ser interditada. A
unidade, que tem 103 presos e capacidade para 22, vai continuar
recebendo presos.
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