Campinas, Sexta-feira, 17 de Novembro de 2000

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CRISE CARCERÁRIA
Unidade de Araras é alvo de pedido de interdição
Mesmo após destruição, cadeia ainda recebe preso

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A Cadeia Pública de Araras (74 km de Campinas) continua recebendo presos, apesar do pedido de interdição feito pelo juiz-corregedor, René de Paula, e depois da destruição causada pela última rebelião ocorrida no local.
Segundo a polícia, os presos estão dormindo no corredor e em celas sem grades.
A unidade tem capacidade para abrigar 58 presos, mas abrigava 170 detentos ontem.
A cadeia foi destruída durante uma rebelião ocorrida há duas semanas. Os presos atearam fogo nos colchões e serraram grades.
O juiz-corregedor pediu a interdição por considerar que a cadeia não tem condições de segurança para abrigar os detentos.
Segundo a Polícia Civil, oito homens foram detidos em flagrante anteontem na cidade e levados para a cadeia.
O relatório conclusivo com a coleta de provas que sustentam o pedido de interdição foi enviado ontem à Corregedoria Geral.
Segundo o juiz-corregedor, laudos da Vigilância Sanitária, da Polícia Técnica e de engenheiros da Prefeitura de Araras atestam a impossibilidade de a cadeia continuar funcionando.
O delegado-seccional de Limeira (56 km), Milton Triano, proibiu a entrada de novos presos de outras cidades na unidade prisional de Araras até que sejam consertadas as celas.
"A situação física em que se encontra a cadeia é problemática, sem condição alguma de receber presos", disse Paula.
A polícia acredita que, até o próximo dia 20, a cadeia tenha passado pela vistoria necessária para finalizar o processo de interdição da unidade.
O juiz-corregedor aguarda transferências para evitar fugas. No entanto apenas 15 detentos foram removidos. Dez foram para a Cadeia de Americana (28 km) e cinco foram levados para a Cadeia de Itirapina (104 km).
O problema com a superlotação começou no ano passado, com a interdição da Cadeia Pública de Limeira, e se agravou com a interdição do Cadeião de Piracicaba (80 km), também por causa de suas condições.

Leme
De acordo com o delegado-seccional de Limeira, a Cadeia Pública de Leme (91 km), da qual fugiram 23 presos no último domingo, não deve ser interditada. A unidade, que tem 103 presos e capacidade para 22, vai continuar recebendo presos.


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