MAURÍCIO SIMIONATO
da Reportagem Local

Cerca de 450 presos amotinados nos dois DPs (Distritos Policiais) de Campinas impediram ontem a polícia de fazer qualquer avaliação das fugas ocorridas no fim-de-semana.
Para o delegado do 2º DP (Distrito Policial), Maurício Lucenti Geremonte, a situação das cadeias da cidade é equivalente a um "depósito humano de condições subumanas".
Segundo ele, a cadeia do 2º DP precisa passar por uma "operação pente-fino", pois os presos devem estar armados. "A cadeia parece um 'queijo suíço' de tantos buracos escavados pelos presos. Cada uma das oito celas tem uma média de quatro a cinco buracos", disse Geremonte.
Campinas tem hoje duas cadeias superlotadas. O 5º DP, com capacidade para 24 presos, mantém hoje cerca de 150. O 2º DP, que pode abrigar 48, tem 300 presos.
A cadeia do 4º DP, com capacidade para 24 presos, foi interditada e está sendo reformada.
A cadeia do São Bernardo foi transformada em penitenciária por meio de decreto estadual.
As fugas já viraram rotina nas cadeias. Só no último final de semana foram duas e pelo menos outras três tentativas.
Até ontem à noite, os buracos não haviam sido cobertos e a polícia não tinha recontado os presos. No 5º DP, a polícia improvisa para evitar novas fugas pelos túneis. Carcereiros colocaram uma mangueira nos buracos, impedindo que os presos utilizem o canal para fuga.
A Secretaria da Segurança Pública informou que 24 penitenciárias estão em fase de conclusão no Estado e que 300 presos de Campinas serão transferidos até 1º de setembro. Ontem, 13 detentos foram levados para a cadeia do 2º DP.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice