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VIOLÊNCIA
Aumento de crimes faz pessoas entre 20 e 30 anos comprarem revólver; polícia critica e aponta ineficácia
Jovem usa arma contra criminalidade
MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas
Jovens de 20 a 30 anos estão saindo armados de casa com medo da
crescente violência em Campinas.
A mudança no comportamento
se deve, principalmente, ao aumento de 46% nos últimos quatro
anos nos índices de crimes registrados pela polícia na cidade.
A medida, adotada por pessoas
de classe média e média alta, é preventiva. Cinco jovens ouvidos pela
Folha disseram que deixam as armas em casa ou as levam a festas
(leia texto nesta página).
Em Campinas, uma pessoa em
cada grupo de 1.828 habitantes é
presa por porte ilegal de armas, segundo o levantamento obtido pela
Folha. A prisão por porte ilegal de
armas cresceu 88,52% nos últimos
quatro anos na cidade.
Há quatro anos, uma em cada
3.317 pessoas era presa por porte
ilegal de armas.
Com base no aumento da violência, a OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) de Campinas vai retomar a campanha de desarmamento realizada em 1996 junto do Ministério Público e do Tribunal de
Alçada Criminal.
A maioria dos jovens que anda
armada não possui porte.
O bancário C.A.R., 24, tem uma
pistola semi-automática e não tem
autorização para utilizá-la. Segundo ele, a arma foi comprada por R$
500,00 para se defender da violência (leia texto ao lado).
A Polícia Civil do Estado registrou um aumento de 84% na
apreensão de armas entre 97 e 98.
Um outro grupo de jovens passou a usar armas para evitar confusões em seus estabelecimentos
comerciais, como bares movimentados na cidade.
Contrário
O delegado-seccional de Campinas, Josué Ferreira Ribeiro, defende a destruição completa das armas apreendidas. Segundo ele, o
porte de arma não deve ser concedido. "Não entendo porque as pessoas querem andar armadas. Só a
polícia deveria ter armas", disse
Ribeiro.
A polícia de Campinas recebe,
em média, pelo menos 20 pedidos
de autorização de porte de armas
por mês, mas nem todos são concedidos.
A atual legislação, segundo a polícia, torna mais rígida a pena por
porte ilegal de armas e aumenta as
dificuldades para manter uma arma legalmente.
Para a lei, o porte ilegal de armas
varia de contravenção a crime,
com penas de dois anos de detenção. A apreensão de armas de uso
exclusivo do Exército ou de armas
de alto calibre prevêem pena de até
quatro anos de prisão.
Um levantamento feito pela OAB
e pelo Tribunal de Alçada Criminal aponta que 15 em cada 16 pessoas que andam armadas e que
reagem a assaltos são feridas a bala
ou morrem.
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