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SOB SUSPEITA
Corregedoria do órgão aciona Ministério Público e pede prisão de ex-gerente de Campinas
Fraudes desviam R$ 1,6 mi do INSS
ROGER MARZOCHI
free-lance para a Folha Campinas
A inspetoria e a auditoria Geral
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) de São Paulo encontraram provas de fraudes que
provocaram um prejuízo total de
R$ 1.632.943,85 aos cofres públicos na regional de Campinas.
A corregedoria do INSS entrou
ontem com uma notícia-crime no
Ministério Público Federal pedindo a prisão preventiva da ex-gerente da agência de Campinas Alzira Lourenzi Luciano, que administrou o órgão em Campinas de
1992 a 98.
Alzira é acusada de fraudar 86
benefícios pagos por meio do
PAB (Pagamento Alternativo de
Benefício). Ela também falsificava
procurações em nome dos segurados que autorizavam o seu marido, Maurício Ferreira Luciano, a
receber os benefícios no lugar dos
aposentados, que não sabiam dos
pagamentos.
De fevereiro de 97 a novembro
de 98, Ferreira recebeu, sozinho,
segundo a inspetoria do INSS, R$
1.465.568,46 por meio do PAB em
agências do Banco do Brasil de
Campinas. O banco alertou o
INSS sobre a suspeita de fraude.
No esquema, Alzira e o marido
fraudaram documentos e alteraram endereços para poder receber o dinheiro de ressarcimento
de aposentadorias.
A corregedoria também protocolou ontem no Fórum uma ação
cautelar para garantir o ressarcimento dos valores pagos indevidamente. "Estamos investigando
ainda outros 15 benefícios que
também podem ter sido fraudados por eles. O Maurício retirava
de uma só vez valores altos de até
R$ 20 mil", disse o auditor-geral e
inspetor do INSS, Paulo César
Nascimento Costa.
Segundo ele, Alzira e seu marido terão que devolver o dinheiro
de uma só vez e poderão ter seus
bens indisponibilizados.
A procuradora da República
Luciana Guarnieri confirmou ontem o recebimento da notícia-crime.
Segundo ela, o processo ainda
tem que ser distribuído para um
dos quatro procuradores do Ministério Público Federal.
Além do rombo no PAB, Costa
também citou outras 33 fraudes
que foram cometidas em 97 pelo
ex-funcionário do posto de Campinas Rogério Rinaldi Fernandes.
As fraudes foram apuradas pela
auditoria, órgão distinto da inspetoria. A senha do ex-funcionário
foi liberada para que ele fizesse todo o processo de concessão de benefícios. Neste caso, não foi comprovada a participação da ex-gerente.
Fernandes falsificava o tempo
de serviço e o valor da contribuição para que os segurados recebessem aposentadorias maiores.
A fraude causou um prejuízo
aos cofre públicos de R$
167.375,39 e a Polícia Federal está
investigando se ele recebia propina dos segurados.
Alzira, seu marido e Rogério
Fernandes não foram encontrados ontem pela Folha.
Em entrevista anterior, Alzira
negou envolvimento em fraudes
no INSS.
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