Campinas, Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2000


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CARNAVAL 2000
Prefeitura alega, pelo segundo ano consecutivo, que não tem recursos para garantir o evento
Campinas cancela desfiles de escolas

LUCIANO CALAFIORI
da Folha Campinas

RAQUEL LIMA
free-lance para a Folha Campinas

A crise financeira da Prefeitura de Campinas deve deixar a cidade sem Carnaval de rua pelo segundo ano consecutivo.
Segundo a Liga das Escolas de Samba da cidade, a Secretaria Municipal da Cultura e Turismo enviou um despacho à entidade alegando falta de verbas para a organização da festa.
No ano passado, a prefeitura liberou R$ 120 mil para o Carnaval. O valor representava 25% dos R$ 480 mil concedidos em 1998.
Em 99, as escolas de samba desfilaram, mas apenas em seus próprios bairros de origem.
"Estamos tentando negociar patrocínio com alguma cervejaria", disse o presidente da Liga das Escolas de Samba, João Batista de Araújo.
Segundo ele, a proposta para o patrocinador envolve cerca de R$ 600 mil e os custos da infra-estrutura do desfile, que teria que ser feito em espaço fechado. O acerto deve ser concluído ainda nesta semana.
Se a Liga não conseguir patrocínio, as escolas vão solicitar à Prefeitura de Campinas a iluminação e aparelhagem de som para um desfile na avenida Francisco Glicério.
"Mas será muito simples, só para o Carnaval não passar em branco", disse Araújo.
O anúncio da prefeitura revoltou alguns integrantes de escolas de samba de Campinas.
"O Chico Amaral (prefeito de Campinas) acabou com a cultura da cidade", disse Ivan Langone, presidente da Escola de Samba Miscigenação.
O secretário municipal da Cultura e Turismo, João Plutarco Rodrigues de Lima, não foi encontrado pela Folha para comentar o assunto.
A assessoria de imprensa da prefeitura não soube informar onde localizá-lo nem apresentar a versão oficial para o caso.

Ponte Preta
Com a desistência da prefeitura em realizar o carnaval de rua na cidade, a Ponte Preta poderá perder a chance de colocar na avenida pela primeira vez sua escola de samba, com 500 integrantes e dez carros alegóricos.
""É um absurdo não ter carnaval de rua", afirmou o administrador do estádio Moisés Lucarelli, Antonio Pessanha.
Sem carnaval de rua mais uma vez, a Ponte está em negociação com o bloco carnavalesco Tomá na Banda, que desfila tradicionalmente no sábado de Carnaval e reúne intelectuais e artistas da cidade.
Não foi definido o número de integrantes nem o investimento do clube, que espera bancar o bloco no Tomá no Bamba.


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