Campinas, Quarta-feira, 24 de Novembro de 1999


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VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Garotos estudavam juntos havia seis anos e brigaram por causa de uma discussão
Aluno mata colega na saída da aula

ELI FERNANDES
free-lance para a Folha Campinas

O estudante R.M., 16, confessou que matou, com um tiro na barriga, o colega Douglas Godoi de Vasconcelos, 17. O crime aconteceu na entrada da escola estadual Ângelo Campo Dall'Orto, no distrito de Nova Veneza, em Sumaré (26 km de Campinas), às 22h35 de anteontem, quando os estudantes deixavam o local.
Os dois adolescentes estudavam juntos havia seis anos. R.M. usou uma garrucha calibre 22, apreendida na mesma noite pela PM (Polícia Militar), que fez um cerco à casa de R.M..
A arma foi entregue aos policiais pela mãe do adolescente, a dona-de-casa Leonilde Furlan Mariana.
O tiro atingiu o estudante no baço. Ele morreu a caminho do hospital.
Segundo a direção da escola, os policiais que fazem ronda no colégio estavam a menos de 100 metros do local do crime.
Segundo a Polícia Civil, R.M. disse ter comprado a arma de sua avó, a dona-de-casa Aparecida Correia, que será ouvida pela polícia durante o inquérito aberto no 3º DP (Distrito Policial) de Sumaré para apurar o caso.
Os 600 alunos do período vespertino da escola foram revistados pela PM ontem.
A revista aconteceu porque a direção da escola teria recebido telefonemas anônimos de que haveria alunos armados no local ontem. No entanto, nenhuma arma foi encontrada.
Segundo a diretora da escola, Marli Aparecida Leme Viez, os dois estudantes se desentenderam na noite da última sexta-feira, durante a aula. Os dois cursavam o primeiro ano do ensino médio (2º grau).
A diretora e colegas de classe de Douglas disseram que ele se desentendeu com a namorada de R.M. por causa de uma caneta. Por isso, ele e R.M. discutiram. Na ocasião, a garota arranhou o rosto de Douglas.
Na noite de anteontem, o casal teria ficado junto durante as aulas e não conversou com Douglas, que teria evitado se aproximar dos dois, de acordo com informações dos colegas.
Para a diretora, o crime foi um caso isolado.
"Nos 22 anos que comando a escola nunca vi nada parecido", afirmou a diretora.
Ela disse que todos são bons alunos. "Embora o Douglas sempre tenha sido de fazer brincadeiras com os outros. A briga deles começou por causa disso", afirmou a diretora.
Douglas estudava no local desde a 1ª série do ensino fundamental e R.M. desde a 3ª série.
A escola tem 1.600 alunos nos três períodos. O corpo de Douglas foi enterrado no cemitério Parque das Primaveras, em Sumaré.


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