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SAÚDE MENTAL
Pesquisa para tese na Unicamp mostra que mais de 76% das internações são de pessoas do sexo feminino
Mulheres são maioria entre depressivos
free-lance para a Folha Campinas
A depressão e a neurose, que incluem a ansiedade e a síndrome do
pânico, atingem mais as mulheres
do que os homens em Campinas.
Os dados são da tese de mestrado
da psiquiatra Ana Maria Galdini
Raimundo Oda, apresentada semana passada na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Ela atua no hospital psiquiátrico
Cândido Ferreira, em Campinas. A
pesquisa foi feita em 1995, quando
foram atendidas 4.934 pessoas
com algum tipo de distúrbio mental na rede pública de Campinas.
As conclusões podem ser projetadas para este ano, segundo afirmou a psiquiatra.
Entre os casos de neurose detectados, 76,7% são do sexo feminino,
ou 1.413 de um total de 1.842 casos
registrados nesta categoria. Já entre os depressivos, a porcentagem
feminina é de 77,2%, representando 454 dos 588 pacientes.
Apesar de o levantamento não
ser contínuo, a médica assegura
que a proporção está se mantendo
nos dias de hoje, levando em consideração o crescimento da população.
Segundo ela, a neurose e a depressão são doenças consideradas
"comuns" e geralmente atingem
de forma leve a moderada o paciente. "Na maior parte dos casos
não é preciso internação", disse
Ana Maria.
O fato de atingir mais as mulheres pode ser explicado pela genética, hereditariedade e sensibilidade. "Mas os fatores sociais também
influenciam", afirmou.
Segundo Ana Maria, foi verificado que as mulheres mais submissas e dependentes manifestaram
depressão e neurose maiores que
outras, independentes e com carreira promissora.
A tese teve como objetivo apresentar um diagnóstico do atendimento de saúde mental na rede pública de Campinas. A partir dessa
conclusão, foi verificado que os
distúrbios mentais mais frequentes -neurose e depressão- atingem mais mulheres do que homens. "Mas não nos preocupamos
em verificar os motivos dessa diferença", afirmou.
Entre os distúrbios encontrados,
em primeiro lugar está a neurose,
seguido de depressão, esquizofrenia, transtornos do desenvolvimento, decorrências do álcool,
epilepsia, retardo mental e transtornos mentais orgânicos.
Ana Maria explicou que os alcoolistas não foram representados significativamente. "Muitos não procuram atendimento na rede pública porque são tratados de outra
maneira", acrescentou.
Na conclusão do trabalho, Ana
Maria afirma que o mais importante está no fato de 92,5% dos pacientes serem atendidos na região
onde moram. Ela disse ainda que
Campinas tem um modelo em assistência mental, baseado na presença de profissionais dessa área
em 51% das unidades básicas.
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