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CARTAS
História
"Causou-me estranheza a crítica
publicada por Luís Eblak em relação ao livro do qual sou co-autor,
"Dos Coronéis à Metrópole", de
21/01. Demonstrando estar interessado apenas em observar "curiosidades" e em levantar "problemas localizados", o mencionado
jornalista condena o leitor a uma
visão meramente superficial da
referida obra.
O jornalista chamou de um erro
"gravíssimo" cometido por mim
quando afirmei que, presa e acusada de pertencer aos quadros das
FALN (Forças Armadas de Libertação Nacional), madre Maurina
foi submetida a tortura e estupro.
Um dos maiores historiadores
brasileiros, Jacob Gorender, em
um clássico sobre a luta armada
no Brasil, "Combate nas Trevas",
afirma que a freira Maurina Borges foi "envolvida sem culpa e violentada dentro da cela".
O mesmo Gorender, entrevistado por Eblak em 1998 (caderno
Mais!, 7/6/98, p. 5-5), justifica sua
afirmação dizendo ter se baseado
em depoimentos dos membros
das FALN. Eblak parece ter se esquecido desse outro lado da história e, destilando um dogmatismo
opinativo, quer fazer valer como
insofismável apenas a sua opinião.
(Também) menciono no livro
informação retirada do trabalho
de Marcelo Botosso; todavia, o
que diz respeito à questão do estupro está devidamente separado
por um ponto e vírgula (p. 194),
justamente para dar a idéia de que
a referência bibliográfica (Botosso) corresponde ao que foi escrito
a partir do sinal ortográfico. Não
indico nenhuma referência bibliográfica em relação ao caso do estupro pelo fato de o caso ser objeto
de inúmeras especulações do senso comum, não requerendo, por
isso, maiores indicações."
Agnaldo de Sousa Barbosa
é historiador
Resposta do jornalista Luís
Eblak - A obra "Combate
nas Trevas", de Jacob Gorender, não é citada por
Barbosa como fonte da informação sobre o suposto
estupro da madre Maurina.
Para a reportagem do
Mais!, entrevistei, além da
madre, os principais líderes
das FALN, da VPR (grupo
que organizou o sequestro
do cônsul japonês) e militantes que viajaram com
Maurina ao México. Todos
foram unânimes em dizer
que não houve estupro.
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