LUCIANO CALAFIORI
free-lance para a Folha Campinas

As delegacias regionais de ensino da região de Campinas suspenderam as aulas de educação física nas escolas públicas e particulares. A medida foi tomada em razão dos registros de baixas médias da umidade relativa do ar -quantidade de água dissolvida na atmosfera.
Pelo menos 300 mil alunos das redes municipal e estadual de seis cidades da região ficarão sem atividades físicas até o fim da estiagem.
A medida visa evitar a desidratação e problemas pulmonares, ocasionados no tempo seco. As aulas de educação física foram substituídas por jogos como dama, xadrez e tênis de mesa.
Segundo o Cepagri (Centro de Ensino e Pesquisas em Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ontem a estiagem completou 67 dias consecutivos sem chuvas.
Anteontem, o Cepagri registrou 19% de umidade relativa do ar. Segundo meteorologistas, quando o índice fica abaixo de 20%, todas as atividades físicas devem ser evitadas entre 10h e 17h.
Ontem, a média oscilou entre 24,1% e 30,1%, segundo o Cepagri. No entanto, a suspensão das aulas foi uma medida preventiva.
Segundo a Defesa Civil Regional, caso a umidade relativa do ar chegue a níveis inferiores a 13%, todas as aulas nas escolas devem ser suspensas.
O Cepagri não descarta que a umidade relativa do ar fique abaixo de 13% caso não chova até a metade do mês que vem.
A Defesa Civil recomenda ainda que sejam suspensas todas as atividades envolvendo aglomeração de pessoas, como nas repartições públicas.
Segundo o dirigente regional da região leste de Campinas, Claudinei Rodrigues Gobbi, as aulas normais só devem ser retomadas quando a estiagem acabar.
Nenhum problema de saúde com alunos havia sido registrado até ontem.
A dirigente regional de Sumaré, Hortolândia e Paulínia, Sandra Maria Aparecida, disse que a medida também foi adotada ano passado, quando a estiagem se prolongou na região.
"Todos os nossos professores estão preparados para não permitir qualquer esforço físico dos alunos", disse ela.

Corredores
O calor dos últimos dias e a baixa umidade do ar têm afetado também os atletas amadores.
O corretor de imóveis Valdir Paulino, 44, por exemplo, nos últimos dias tem restringido suas corridas diárias ao final da tarde e à noite. Mesmo assim, ele pensa em evitar o exercício.
"Só vou porque meu corpo está acostumado", disse.



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