Campinas, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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CPI quer reabrir casos antigos

free-lance para a Folha Campinas

A CPI do Narcotráfico pedirá ao governador Mário Covas (PSDB), a reabertura de todos os inquéritos feitos pela Corregedoria de Polícia do Estado em que policiais civis tenham sido apontados como suspeitos de ligação com o crime organizado.
O pedido deve ser feito na audiência que os membros da CPI terão com o governador e o secretário estadual da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, nesta semana. A CPI deve pedir a reabertura dos processos abertos nos últimos cinco anos.
"Pedimos a presença da Secretaria da Segurança Pública para que seja cobrado o real envolvimento do Estado no combate ao crime organizado", disse Pompeo de Mattos (PDT-RS).
O deputado Moroni Torgan (PFL-CE), relator da CPI, criticou, em Campinas, a falta de apoio aos trabalhos da comissão por parte do governo paulista.
A audiência e os primeiros contatos de Covas com os membros da CPI já mudaram a postura dos deputados quanto à participação de São Paulo, com os trabalhos de investigação sobre o crime organizado.
"O governador, em um primeiro contato que tivemos com ele nesta semana, pareceu estar disposto a ajudar a CPI", disse Mattos à Folha na última sexta-feira.
A CPI pretende levantar todos os inquéritos da Corregedoria da Polícia Civil do Estado, que podem ter sido encerrados sem a apuração total dos fatos.
"Não estamos questionando a lisura do Estado no caso, mas queremos respostas", afirmou Mattos.
As suspeitas sobre as apurações dos inquéritos instaurados surgiram após a CPI encontrar fortes indícios de que o crime organizado manipulava as acusações e o andamento das investigações sobre os casos contra pessoas ligadas ao grupo.
As acusações contra o advogado Arthur Eugênio Mathias, ex-advogado e amigo do empresário William Walder Sozza, são apontadas pela CPI como principais indícios de que policiais de Campinas eram coniventes com a ação das quadrilhas de roubos de cargas.
Mathias foi preso temporariamente na madrugada de quarta-feira, após prestar depoimento à CPI em Campinas.
Ele é acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa. Mathias foi solto cinco dias depois, por força de uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em um habeas corpus.
No escritório do advogado campineiro, a Polícia Federal apreendeu uma lista com nomes de policiais e respectivas delegacias com números que, pelas suspeitas da CPI, representam os valores pagos como suborno.


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