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CPI quer reabrir casos antigos
free-lance para a Folha Campinas
A CPI do Narcotráfico pedirá ao
governador Mário Covas (PSDB),
a reabertura de todos os inquéritos feitos pela Corregedoria de
Polícia do Estado em que policiais
civis tenham sido apontados como suspeitos de ligação com o
crime organizado.
O pedido deve ser feito na audiência que os membros da CPI
terão com o governador e o secretário estadual da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi,
nesta semana. A CPI deve pedir a
reabertura dos processos abertos
nos últimos cinco anos.
"Pedimos a presença da Secretaria da Segurança Pública para
que seja cobrado o real envolvimento do Estado no combate ao
crime organizado", disse Pompeo
de Mattos (PDT-RS).
O deputado Moroni Torgan
(PFL-CE), relator da CPI, criticou,
em Campinas, a falta de apoio aos
trabalhos da comissão por parte
do governo paulista.
A audiência e os primeiros contatos de Covas com os membros
da CPI já mudaram a postura dos
deputados quanto à participação
de São Paulo, com os trabalhos de
investigação sobre o crime organizado.
"O governador, em um primeiro contato que tivemos com ele
nesta semana, pareceu estar disposto a ajudar a CPI", disse Mattos à Folha na última sexta-feira.
A CPI pretende levantar todos
os inquéritos da Corregedoria da
Polícia Civil do Estado, que podem ter sido encerrados sem a
apuração total dos fatos.
"Não estamos questionando a
lisura do Estado no caso, mas
queremos respostas", afirmou
Mattos.
As suspeitas sobre as apurações
dos inquéritos instaurados surgiram após a CPI encontrar fortes
indícios de que o crime organizado manipulava as acusações e o
andamento das investigações sobre os casos contra pessoas ligadas ao grupo.
As acusações contra o advogado Arthur Eugênio Mathias, ex-advogado e amigo do empresário
William Walder Sozza, são apontadas pela CPI como principais
indícios de que policiais de Campinas eram coniventes com a ação
das quadrilhas de roubos de cargas.
Mathias foi preso temporariamente na madrugada de quarta-feira, após prestar depoimento à
CPI em Campinas.
Ele é acusado de formação de
quadrilha e corrupção ativa. Mathias foi solto cinco dias depois,
por força de uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de
São Paulo em um habeas corpus.
No escritório do advogado
campineiro, a Polícia Federal
apreendeu uma lista com nomes
de policiais e respectivas delegacias com números que, pelas suspeitas da CPI, representam os valores pagos como suborno.
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