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ADMINISTRAÇÃO
Prorrogação de concessão considera faturamento mensal de R$ 80 mil; presidente diz que arrecada R$ 160 mil
Chico subestima faturamento da rodoviária
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
A Prefeitura de Campinas subestimou em pelo menos 100% o
faturamento da rodoviária da cidade para prorrogar por mais 20
anos a concessão do serviço à Maternidade de Campinas.
O cálculo de retorno de capital
para o investimento previsto de
R$ 12 milhões na construção da
nova rodoviária foi feito com base
no faturamento mensal de R$ 80
mil. No entanto o presidente da
maternidade, Carlos Alberto Politano, admitiu ontem que o local
fatura cerca de R$ 160 mil mensais
com a exploração dos serviços rodoviários.
"Esse valor [R$ 80 mil] é o mínimo necessário para continuarmos mantendo o serviço do SUS
[Sistema Único de Saúde]", declarou ontem Politano.
De acordo com o balanço financeiro de 2000 da Maternidade de
Campinas, a receita líquida da rodoviária no ano passado foi de R$
1.851.917 -média de R$ 154,3 mil
ao mês.
Em janeiro desse ano, a rodoviária faturou R$ 212 mil, segundo
balanço da concessionária.
O questionamento foi feito ontem durante o depoimento de Politano à CEI (Comissão Especial
de Inquérito) da Rodoviária.
O ex-secretário dos Transportes
de Campinas José Antônio Trevisan confirmou ontem que o cálculo foi feito com base no faturamento de R$ 80 mil.
"A concessionária disse que esse era o valor mínimo para garantir os serviços de atendimento à
população carente na maternidade", declarou o ex-secretário.
De acordo com estudos da Prefeitura de Campinas, o retorno do
capital investido se daria após 22
anos e seis meses.
"O raciocínio de lucro a longo
prazo é até arriscado. Será que
ainda vai existir ônibus daqui a 30
anos?", disse Trevisan.
Ele também deverá ser ouvido
pela CEI da Rodoviária.
O ex-secretário dos Negócios
Jurídicos da administração Francisco Amaral (PPB) Geraldo Bassoli e o ex-chefe de gabinete Gustavo Marcondes acompanharam
o depoimento de Politano.
Chico Amaral foi convocado a
depor à CEI anteontem, mas não
compareceu. O pepebista enviou
um documento à Câmara alegando que precisa de mais tempo para "apreciação de documentos".
Um decreto de Chico Amaral,
assinado em 30 de agosto do ano
passado, prorrogou a concessão
da rodoviária até 2030.
A construtora Teledutos é a gerenciadora do terminal, que está
sob concessão da Maternidade de
Campinas desde 1964.
"A rodoviária é péssima e eu
vou lutar para que o contrato não
seja válido", disse o membro da
comissão Carlos Signorelli (PT).
A nova rodoviária deverá ser
construída no Jardim Eulina. A
previsão da Teledutos é iniciar as
obras em setembro próximo.
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