Campinas, Quinta-feira, 30 de Março de 2000 |
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EDUCAÇÃO Aluno assiste aula sentado no chão em Sumaré
ANA PAULA MARGARIDO free-lance para a Folha Campinas Os 660 alunos de 1ª a 4ª séries da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Nova Terra, de Sumaré, assistem aulas no chão ou em cadeiras improvisadas com tijolos e pedaços madeira. A escola foi inaugurada no início deste ano sem as carteiras. Para amenizar o problema, os bancos do refeitório também foram improvisados nas salas. Quando as classes estão cheias, parte das crianças assiste às aulas no chão, segundo a própria diretora da escola, Maria Suely Fabiani Miranda, 40. As mães temem pela saúde dos filhos. As crianças reclamam de dores nas costas porque escrevem com o caderno no colo. O coordenador técnico do Departamento da Educação, Luís Carlos Gonçalves, 29, disse que se não houvesse o improviso, os alunos ficariam sem aula. O ano letivo na Emef Nova Terra começou dia 1º de março com 16 dias de atraso em relação às outras 30 escolas da rede municipal de Sumaré. Segundo Gonçalves, um dos motivos do problema foi o atraso na entrega do material pela empresa vencedora da licitação. O prazo para a empresa entregar os 840 conjuntos de cadeiras e carteiras, pedidos pelo setor de compras da prefeitura, vence amanhã. A Emef Nova Terra precisa de 330 conjuntos para suprir a demanda. O prefeito de Sumaré, Dirceu Dalben (PPS), disse ontem que vai abrir sindicância interna para apurar o responsável pelo atraso na compra das carteiras. A diretora da escola disse que informou os pais dos alunos da precariedade da escola. "A decisão de começar sem as carteiras foi aceita pelos pais", disse a diretora. A dona-de-casa Irene Ferreira Delise, 46, disse que seu filho chegou a reclamar que não sobra lugar para sentar. Ela tem dois filhos na Emef Nova Terra. Para dona-de-casa Cleonice da Silva, 27, os estudantes não podem ficar sem aula, mesmo que tenham de sentar no chão. Mas ela afirmou que sua filha, B.P.S, 7, não gosta. "Ela chegou a reclamar de dores nas costas, no segundo dia de aula", disse. O coordenador pedagógico da escola, Emílio Coelho Augusto, 33, disse que o improviso não afeta o programa de ensino. Pressa O vereador da oposição Antônio dos Reis Zamarchi (PL) acusou o Dalben de inaugurar a escola às pressas, em virtude do ano eleitoral. Para o vereador, Dalben atrasou a compra das carteiras e cadeiras e, por isso, não poderia ter inaugurado a escola neste ano, antes da entrega do material. A obra de construção da escola foi embargada pela Justiça no final de 1998, por causa de uma contestação de falha no processo licitatório. A obra só começou a ser realizada em junho do ano passado. Texto Anterior: Metalúrgico deixou indústria Próximo Texto: Prefeitura vai abrir sindicância Índice |
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