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JUSTIÇA
PMs podem voltar a trabalhar após avaliação médica
TJ concede liberdade a policiais acusados de tortura em Limeira
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O TJ (Tribunal de Justiça) de
São Paulo concedeu, esta semana,
liberdade a três dos quatro PMs
condenados pela acusação de tortura supostamente praticada em
1998 contra o motorista Pompilho Gomes Pereira, 38, em Limeira (56 km de Campinas).
Os policiais Alvimar Gonçalves,
47, Moisés Leite, 31, e Sérgio Tadeu Bertochi, 35, libertados na última terça-feira, foram condenados a quatro anos de prisão, em
março deste ano, e cumpriam pena em celas da 1º Companhia da
PM da cidade.
Eles conseguiram que a decisão
fosse suspensa, por meio de um
recurso impetrado por seus advogados, pedindo que eles respondessem em liberdade a um novo
julgamento mediante a concessão
de habeas corpus.
O policial Roberto Alves dos
Santos, 33, também acusado de
tortura, ainda aguarda o julgamento do seu pedido de habeas
corpus e continua detido.
De acordo com o major Valmir
Lunardi Pires Corrêa, da PM de
Limeira, os policiais libertados
pela Justiça estão "abalados psicologicamente" devido ao período de prisão e voltarão a trabalhar
depois de passarem por uma avaliação médica.
"São policiais de inteira confiança nossa, vão voltar ao trabalho e espero que tenham seus recursos acatados pela Justiça. Queremos vê-los absolvidos no final
de todo esse processo", disse o
major.
Segundo o inquérito encaminhado, em 1998, pelo delegado
Antônio Luis Tuckumantel, do 2º
DP (Distrito Policial) de Limeira,
ao Ministério Público, Pereira teria sido espancado pelos quatro
PMs por "vingança".
De acordo com as investigações
comandadas pelo delegado, os
desentendimentos entre o motorista e os policiais militares começaram em novembro de 97, quando Pereira colidiu o seu veículo
com a traseira de um carro do
Corpo de Bombeiros e discutiu
com policiais.
Seis meses depois da discussão,
no dia 15 de maio de 98, os PMs
acusados de tortura prenderam
Pereira em uma lanchonete do
Jardim Morro Branco, na periferia da cidade, e o espancaram
com socos e pontapés em um matagal, segundo inquérito concluído pela Polícia Civil.
Segundo o promotor Luís Alberto Bevilácqua, que analisou o
inquérito e denunciou os PMs à
Justiça, os acusados ainda podem
voltar à prisão.
"Os policiais recorreram e obtiveram liberdade, mas o processo
continua. Como foram condenados em primeira instância, eles
devem passar por novo julgamento", declarou o promotor.
Bevilácqua afirmou, porém,
que teme pela volta dos PMs às
ruas, apesar da reintegração deles
não ser ilegal.
"Respeito a atitude do comando
da PM de reintegrá-los, pois eles
ganharam um recurso e estão livres, legalmente, para trabalhar.
Mas a ida dos acusados para as
ruas é perigosa, afinal, as testemunhas da tortura ficarão expostas",
afirmou o promotor.
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