DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS

A delegada titular da Delegacia da Mulher de Campinas, Maria Regina Marialva, pediu ontem à tarde a prisão preventiva de um suposto treinador de futebol que está sendo acusado de abuso sexual e maus-tratos na cidade.
Gilvandro de Souza Barbosa teria abusado sexualmente de 15 adolescentes paraenses, 11 deles com menos de 18 anos, que chegaram a Campinas em dezembro do ano passado com a promessa de ingressarem em times de futebol da região. Segundo a polícia, ele está foragido.
O juiz-corregedor da Vara de Execuções Criminais de Campinas, Paulo Sorci, tomou conhecimento do caso no final da tarde de ontem e está analisando o pedido de prisão feito pela delegada.
De acordo com a polícia, um exame de perícia será realizado para comprovar o abuso.
O resultado do exame deve ser conhecido ainda esta semana.
"A polícia já tem pistas sobre o acusado, mas ainda precisa da autorização policial e da conclusão dos exames para efetuar a prisão", disse Maria Regina.
Os adolescentes prestaram depoimento ontem na Delegacia da Mulher e confirmaram as denúncias. Segundo um deles, o suposto treinador tinha o costume de beijar e abraçar os demais.
Após o depoimento, eles foram encaminhados para um centro de atendimento provisório em Campinas e esperam uma decisão do Conselho Tutelar para retornarem a Belém (PA). A identidade dos adolescentes e o local onde eles se encontram não foram divulgados pela polícia.
O suposto treinador manteve os adolescentes em uma casa do Jardim Santa Mônica, em Campinas, onde teriam acontecido os maus tratos e abusos. Os garotos não realizaram testes em nenhum clube e seus pais chegavam a depositar cerca de R$ 100 por mês em uma conta do suposto treinador para manter os garotos em Campinas, de acordo com a polícia. Segundo os garotos, Barbosa dizia ter influência em times da região.


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