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Xangai traz vitalidade nordestina
DA REDAÇÃO
Hoje, em Campinas, Xangai tocará canções de seu próximo álbum, que deve ser lançado em
maio -"Brasilerança".
E é o neologismo "brasilerança"
(não é brasileirança, ressalta o
cantor), que Eugenio Azelino Lopes Souza, o Xangai, utiliza para
descrever a origem e as principais
influências de sua música, já que,
embora trabalhe com as diversas
linguagens musicais do Nordeste
do Brasil e da Bahia, possui influências as mais variadas, como
Vicente Celestino, Caetano Veloso, Cartola -artistas cujas canções fazem parte do repertório do
músico-, Castro Alves e Florbela
Espanca, poetas cujos versos já foram musicados por Xangai.
Os nordestinos são, no entanto,
a referência fundamental, como o
parceiro musical Elomar, com
quem Xangai já gravou o clássico
"Cantoria" (83), que também
conta com a musicalidade de Geraldo Azevedo e Vital Farias.
Baiano, de Vitória da Conquista, Xangai, é autodidata, não lê
partitura musical, o que não o impediu de gravar 18 discos, apresentar-se por quase todos os Estados do Brasil -"só não toquei em
Santa Catarina e Roraima"- e
tocar com artistas como Turíbio
Santos, Paulo Moura, Arthur Moreira Lima, Renato Teixeira, Jaques Morelembaum.
Em entrevista à Folha, Xangai
criticou a intensa massificação
musical, e exemplificou com o fato de, mesmo após o forró ter se
tornado um gênero de ampla divulgação na mídia, ele não ter recebido, com mais frequência,
convites para tocar nos últimos
três anos.
"Levei o Targino (Godim, autor
o sucesso "Esperando na Janela",
executado por Gilberto Gil na trilha sonora do filme "Eu, Tu,
Eles") no KVA, em São Paulo, fizemos um espetáculo de show,
um forró de altíssimo nível, mas o
resultado disso faz você pensar
que, às vezes, é melhor você se
render aos desígnios do marketing, para ver se você consegue
um resultado mais positivo em
termos de exposição". "Eu continuo fazendo o meu trabalho, sem
ter vergonha dele, bem feito, bacana", acrescentou.
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