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Voo incerto
FELIPE GUTIERREZ DE SÃO PAULOEmpresas brasileiras já começam a vender drones, pequenas aeronaves não tripuladas, mesmo que as normas para esse setor não tenham sido determinadas.
A Anac, agência da aviação civil, informou, por nota, que deve publicar como precisam ser os aparelhos e a qualificação dos operadores somente no ano que vem.
Por enquanto, há uma instrução suplementar da Anac à qual as empresas devem se submeter, mas ela restringe o uso a áreas não habitadas ou particulares.
Mesmo com a restrição, a Xmobots, de São Carlos, vê aumento nos negócios. No ano passado, eles venderam duas unidades e em 2013 já foram 13.
As aeronaves têm preços entre R$ 150 mil e R$ 600 mil, segundo Giovani Amianti, 31, um dos sócios. Os clientes, até agora, são grandes fazendas ou institutos de pesquisa ligados a universidades.
Wanderley Abreu, 35, sócio da Stormsec, do Rio de Janeiro, afirma estar buscando como clientes instituições de segurança.
"Já vendemos para o governo de Gana e para empresas nos EUA", diz Abreu.
Ele estima que o Brasil tem potencial para se tornar um mercado de mil a 2 mil aeronaves vendidas por ano "tranquilamente".
Hoje existem sites que vendem peças avulsas para que os interessados montem, sozinhos, um drone. Segundo Amianti, o custo fica por cerca de 10% de um aparelho regulamentado. "Vivemos um momento de transição. Até um ano atrás não existia nada. Agora o mercado vai filtrar e vão ficar só os equipamentos certificados."
VISÃO DO ESPECIALISTA
Haroldo Duclerc Verçosa Professor de direito comercial da USP
Vai, Ayrton
Quem sai na frente na tecnologia sai na frente no mercado. Quando a regra for determinada, já irá saber qual combustível usar, em qual mercado irá atuar etc.
Vá com calma
É um risco investir antes da regulamentação. O país é minucioso quando se trata de regras e podem aparecer vários tipos de interdições à atuação das empresas
