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Empresas criam meios de reduzir uso de animais em laboratórios
Objetivo é fornecer serviços para testes da indústria farmacêutica
Novas empresas trabalham para tornar a pesquisa para o desenvolvimento de medicamentos mais eficiente. Com isso, preveem diminuir o número de animais usados como cobaias.
Criada em julho deste ano, a Pluricell venceu o concurso Desafio Brasil, uma das mais conhecidas premiações de empreendedorismo no país, na semana passada. A companhia, que tem escritório em Campinas (SP), desenvolve método para uso de células-tronco induzidas em testes farmacêuticos.
Um de seus fundadores, o biólogo Diogo Biagi, 30, conta que as células são retiradas da pele humana --o que resolve outro dilema, o uso de embriões em pesquisas.
A seguir, elas são reprogramadas para se tornar células de outro órgão --o mais usual é o coração. Elas são submetidas a moléculas que podem estar presentes em novos remédios.
Segundo ele, o uso de células humanas aumenta a precisão dos resultados na fase inicial da pesquisa. Com isso, mais compostos são descartados sem serem testados em animais.
O negócio da empresa é oferecer esses testes para a indústria farmacêutica.
Já a Cemsa, que fica no Cietec (incubadora de empresas ligada à USP), trouxe para o Brasil metodologia para fazer testes in vitro para o desenvolvimento de remédios.
Para isso, usa a espectrometria, técnica de química analítica, para observar artificialmente como será absorção, distribuição e eliminação de diferentes moléculas no corpo humano, conta o químico Daniel Lebre, 39.
Assim, também é possível descartar de antemão moléculas que não trarão um resultado positivo.
Segundo ele, o uso da técnica é comum em outros países, mas poucas empresas brasileiras oferecem o serviço.