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Carreiras e Empregos

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Sócios e dinheiro demais levam start-ups à falência, diz pesquisa

Incertezas do negócio podem fazer fundadores brigarem mais

DO EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"

Se você quer que sua start-up (empresa iniciante de tecnologia) dê certo, é melhor montá-la sozinho e com pouco dinheiro. As chances de prosperar são maiores assim, de acordo com uma pesquisa da Fundação Dom Cabral.

O estudo foi feito com 221 empreendedores --130 donos de negócios em operação e 91 de empresas que fecharam. Os dados indicam que cada sócio a mais que trabalha em tempo integral na companhia desde o início aumenta em 1,24 vez a chance de falência.

Dois dos motivos apresentados pelos participantes da pesquisa para o fechamento da companhia são o "não alinhamento dos interesses pessoais ou profissionais dos fundadores" e o "desentendimento" entre os sócios.

O relacionamento entre os empreendedores pode ser mais difícil em uma start-up por causa das incertezas do negócio, já que eles muitas vezes atuam com produtos e mercados muito novos e desconhecidos.

"A start-up é cercada de emocionalidade' e está associada a risco e incerteza. A pessoa acredita que vai ficar milionária ou criar algo novo e pode não realizar isso da forma como imaginava", afirma o professor Carlos Arruda, responsável pelo estudo.

O problema é que é bastante comum que os donos desse tipo de empresa ganhem sócios não exatamente por afinidade, mas, sim, por não poderem pagar funcionários, o que faz com que eles tenham de atrair profissionais com ações da companhia.

"Isso tem que ter um limite ou você acaba criando um grande conselho para tomar decisões. E quanto mais pessoas, mais complicado é chegar a um consenso", diz Yuri Gitahy, conselheiro da Associação Brasileira de Start-ups.

Os quatro sócios da MeSeems, criadora de um aplicativo de pesquisa de mercado, concordaram em serem donos da totalidade das suas ações na empresa só depois de um determinado tempo --se alguém sair, perderá direito à sua fatia no negócio.

Lucas Melo, 27, cofundador da companhia, diz que isso é importante para que o relacionamento seja mais transparente. "Grande parte das brigas acontece quando, após as primeiras discussões, um dos fundadores decide sair."

Outro fator apontado no estudo como motivo de fracasso é, curiosamente, ter investimento inicial demais.

Quando o capital investido nas empresas antes de elas começarem a faturar cobre os custos operacionais pelo período de dois meses a um ano, a chance de fracasso é maior --na comparação com quem tem reservas suficientes para um mês, as chances são 3,2 vezes maiores.

O professor da Dom Cabral diz que isso acontece porque "muito dinheiro sufoca". "Você reduz a pressão por resultados específicos e tira a tensão criativa para que o negócio se realize de fato." (FELIPE MAIA)


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