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80 passos para casar

Sites ajudam noivas a planejar casamento e faturam ao indicar prestadores de serviços para a festa

Quase 1 milhão de casamentos são realizados por ano no Brasil, de acordo com O IBGE

FELIPE MAIA
DE SÃO PAULO

Noivas atarefadas, que precisam preparar o dia dos sonhos, mas não podem interromper a rotina profissional -e também não querem pagar um profissional para planejar a festa em seu lugar. Pequenas empresas de internet estão se movimentando para atender a esse tipo de mulher e ganhar dinheiro com a alta demanda.

Serviços lançados neste ano ajudam a noiva a preparar on-line a cerimônia, indicando tarefas para cada período e sugerindo empresas e profissionais. Os sites lucram cobrando dos fornecedores pela recomendação.

O MeCasar surgiu a partir da experiência do fundador, Arthur Furlan, 27. Ele estava programando o próprio casamento e procurou, sem sucesso, ajuda na internet para se organizar. Decidiu então montar um sistema que indica a ordem cronológica de programação da festa. São 80 itens necessários -a lista foi feita com a ajuda de profissionais que atuam como cerimonialistas.

"Nossa maior massa de usuários é de mulheres entre 25 e 35 anos. Elas não estão só se casando: ao mesmo tempo estão sendo promovidas no trabalho, mudando de casa, fazendo um milhão de coisas e, às vezes, não têm como financiar o cerimonialista que acompanha todo o processo", afirma Furlan.

Em setembro, a MeCasar recebeu investimento, de valor não revelado, do fundo HFPX, e planeja ampliar a base de empresas cadastradas nacionalmente. Atualmente, a maior parte é de Curitiba.

Esse sistema de recomendações de fornecedores representa hoje 20% do faturamento do Emotion.me, site para noivos lançado em julho e que planeja faturar R$ 2 milhões em um ano. No site, além do cronograma de planejamento da cerimônia, composto também por cerca de 80 tarefas, é possível entrar em contato com profissionais do setor e falar com eles por meio de uma ferramenta de chat.

A empresa cobra, em média, entre R$ 1 e R$ 10 para indicar as empresas para a festa, dependendo da localização e do tipo de serviço.

Bruna Bittencourt, 29, presidente-executiva da empresa, destaca que o objetivo é aumentar a parcela do faturamento com a recomendação de fornecedores. Hoje, o Emotion.me fatura mais oferecendo páginas personalizadas para os casais, cobrando pela ferramenta de planejamento e também com listas de presentes.

José Luiz de Carvalho, organizador da Expo Noivas, uma das principais feiras do setor, aponta como tendência o aparecimento de serviços on-line que ajudam os noivos a encontrar fornecedores nos bairros próximos aos locais em que vão se casar.

"O serviço de decoração, por exemplo, exige proximidade, porque depende de transporte e de gente para cortar as flores."

Mas, para Vera Simão, presidente da Abrafesta (Associação dos Profissionais, Serviços para Casamentos e Eventos Sociais), a rede é importante para colher informações, mas a indicação de amigos e parentes é determinante.

Bittencourt afirma que o objetivo do serviço é facilitar o contato das noivas com os fornecedores de serviço. "Não queremos acabar com a prova do docinho."

Um modelo de negócio para casamentos mais solidificado é o das listas de presentes. O iCasei, site lançado em 2007 em que os noivos criam listas de presentes "fictícias" e recebem o dinheiro correspondente ao produto, em vez do item em si, movimenta R$ 4 milhões por mês com o serviço -a empresa fica com 2% do valor da transação.

"Atendemos a um nicho de pessoas que não querem receber presentes físicos porque já moram juntas ou vão morar fora", diz Luis Machado, 34, presidente-executivo da empresa, que faturou R$ 2,8 milhões em 2011 (a maior parte da receita vem da venda de sites para os noivos).

Já o Listus, lançado em fevereiro, aposta nos presentes "reais" de casamento. O site atua como "assistente de compras". É possível escolher itens de diferentes lojas on-line como sugestão para os convidados, que podem comprar o produto ou uma cota (os presentes são 8% mais caros que no varejo, o equivalente à taxa de serviço).

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