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Pequenas empresas criam apps próprios

Objetivo de empresários é atrair clientes com o uso da tecnologia

Crescimento do número de smartphones pressiona empresas menores a criar seus próprios aplicativos

EILENE ZIMMERMAN
DO "NEW YORK TIMES"

No verão de 2010, Sheri Gurock, cofundadora da Magic Beans -uma rede de lojas especializadas em brinquedos e artigos para bebês- decidiu aderir à onda de aplicativos para celulares. Mas o momento de fazer isso pode não ter sido o ideal.

Gurock ofereceu um app com o qual os fregueses que estavam nas lojas não precisavam ir até os caixas, registrando suas compras eles próprios, em seus celulares. A Magic Beans recebeu o aplicativo sem custo, ao trabalhar com seu criador e concordar em testar o produto no varejo.

O app também permitia ao freguês escanear um código de barras para conseguir informações, descrições e opiniões sobre produtos, algo que até então era disponível apenas para consumidores na internet.

Quando um cliente comprava um produto com o AisleBuyer, o sistema automaticamente recomendava dois produtos relacionados na própria loja e oferecia descontos e cupons.

De acordo com Gurock, o resultado foi um aumento de 8% nas vendas para pessoas que usavam o aplicativo.

FESTA ANTECIPADA

Mas, segundo ela, até agora, apenas 5% dos clientes fizeram uso da tecnologia. Embora ela acredite que esse seja o futuro do setor varejista, a Magic Beans, que tem cinco lojas na área de Boston e emprega 50 pessoas, "chegou muito cedo à festa", diz.

"Esse app tinha como missão mudar cem anos de hábitos de compra, que ensinaram que, quando você compra algo em uma loja, leva seus produtos ao caixa."

Por essa razão, diz ela, a Magic Beans está deixando de usar o AisleBuyer, mas prevê testá-lo novamente -e por um bom motivo. Até o final do ano, segundo a empresa de marketing digital eMarketer, haverá 116 milhões de usuários de smartphones nos Estados Unidos.

Quando isso acontecer, segundo dados da Cisco, o número de aparelhos móveis conectados à internet em todo o mundo será maior que o número de pessoas.

Isso representa um mercado grande e crescente para apps, em um momento em que os consumidores já aprenderam a esperar um sistema como esse para praticamente qualquer coisa, segundo Noah Elkin, analista da eMarketer.

Esse fato impõe pressão crescente sobre pequenas empresas para que elas criem seus próprios aplicativos.

PODER DE ATRAÇÃO

No ano passado, a consultoria executiva PrimeGenesis, de Stamford, em Connecticut, criou um app para iPad para incentivar os usuários a comprar um livro escrito por fundadores da empresa. O sistema, que custou cerca de US$ 35 mil (R$ 70 mil), fornece aos executivos que ingressam em uma empresa um gabarito interativo e móvel para criar e realizar um plano de ação de cem dias.

A PrimeGenesis vende o aplicativo completo por US$ 9,99 (R$ 20), mas George Bradt, diretor administrativo da companhia, diz que mede o sucesso da ferramenta pelo número de clientes que ela produz. "O app está ali para atrair pessoas para o livro, que promove nossa empresa", diz. Cada cliente que o app atrai representa US$ 50 mil (R$ 100 mil) de receita.

A Salumeria Biellese, que produz salames e linguiças artesanais, também criou um aplicativo para seus fregueses, em sua maioria restaurantes e atacadistas.

Fouad Alsharif, um dos três proprietários, diz que a empresa está ansiosa para lançar o sistema, com o qual os fregueses poderão fazer encomendas com seus celulares, mas ainda está esperando até ter toda a infraestrutura instalada para dar suporte ao serviço.

"Se eu anunciar que temos cem peças de um produto disponíveis, elas precisam estar prontas para a entrega. Não poderemos lançar o app enquanto não estivermos totalmente prontos para ele."

Tradução de CLARA ALLAIN

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