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Microempresas de tecnologia ficam mais enxutas nos EUA

Em 12 anos, média de pessoas empregadas em start-up caiu de 7,7 para 4,7

'Empresas inteiras serão operadas de maneira remota'

CATHERINE RAMPELL
DO “NEW YORK TIMES”

Quando Mike Farmer criou uma companhia de buscas digitais, em 2004, tinha dez funcionários. Hoje, ao abrir sua terceira nova empresa, o único funcionário da nova companhia é ele mesmo. Farmer tem ajuda de sete colaboradores terceirizados, que trabalham em tempo parcial.

O orçamento do empreendimento diminuiu tanto quanto a equipe, diz Farmer, fundador do Leap2, serviço de busca para aparelhos móveis que tem 10 mil usuários.

"É assim que o mundo está evoluindo. Primeiro as pessoas começaram a trabalhar de casa. Agora, empresas inteiras serão operadas de maneira remota."

A maioria dos programadores que presta serviço à Leap2 tem empregos em companhias maiores, que oferecem planos de saúde. Como a maioria tem filhos, eles tendem a trabalhar para a Leap2 depois das 21h.

Há mais de uma década as start-ups vêm se tornando mais enxutas. Em 1999, uma companhia nova tinha 7,7 funcionários. Em 2011, o total havia caído a 4,7, de acordo com análise de dados do Departamento do Trabalho norte-americano conduzida por E. J. Reedy, da Kauffman Foundation, uma organização de pesquisa cujo foco é o empreendedorismo.

As implicações dessa tendência para a força de trabalho dos Estados Unidos são preocupantes, e podem ajudar a explicar porque a economia cresce mais rápido do que a criação de empregos.

Por décadas, as novas empresas foram responsáveis pela maior parte do crescimento no emprego norte-americano. Sem as companhias iniciantes, o número de vagas criadas nos Estados Unidos teria sido positivo em apenas sete anos de 1977 até hoje.

A quantidade de pessoas empregadas por novas empresas atingiu um pico em 1999, o auge da bolha da tecnologia, e de lá para cá caiu em 46%, para 2,5 milhões de postos de trabalho em 2011.

"Existe essa ideia de que de algum modo podemos confiar no empreendedorismo para escapar da crise do emprego", afirma Scott Shane, professor de economia na Universidade Case Western Reserve.

"Isso está se tornando cada vez mais difícil, se considerarmos que existem cada vez menos novas companhias, que empregam cada vez menos gente."

Nos últimos cinco anos, o número de novas empresas que criaram postos de trabalho, o que inclui novas franquias de empresas existentes, caiu 20%.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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