Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Carreiras e Empregos

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Tá tudo dominado

Produzir a própria matéria-prima garante a qualidade do produto e livra as empresas de flutuações de preços, mas tem um custo alto

Caio Kenji/Folhapress
A Chef Tatiana Cardoso tem uma granja junto com seu restaurante
A Chef Tatiana Cardoso tem uma granja junto com seu restaurante
CAMILA GOMES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No melhor estilo faça você mesmo, algumas empresas do ramo alimentício optam pela autossuficiência na cadeia completa de produção. Em vez de comprar matéria-prima de fornecedores, o próprio empreendedor se encarrega de produzi-la.

É o caso da Martha's Alimentos, de Goiânia. Para produzir pão de queijo, a empresa cria gado leiteiro e planta mandioca.

"Optamos por esse sistema porque é difícil encontrar os insumos de que precisamos em grande quantidade sem perder a qualidade", explica Rafael Gonçalves, diretor comercial da empresa.

Desde 2010, a produção de pães de queijo aumentou em 150% e, segundo Gonçalves, a empresa não teria condições de crescer da mesma forma se não fosse produzindo o próprio laticínio.

Aprender a cultivar a matéria-prima foi difícil, ele diz. "No início, 'penamos', porque nunca fomos agricultores. Demoramos a atingir a produtividade máxima da lavoura de mandioca, por exemplo."

O preço do pão de queijo ainda fica acima da média da indústria. Mas Gonçalves considera que se trata de um investimento de longo prazo: "No futuro, não estaremos à mercê da inflação e de fornecedores a que os concorrentes terão de se submeter."

SAZONALIDADE

O restaurante Natural com Arte, em Embu das Artes (SP), tem um terreno com uma horta, um pomar e uma granja de onde saem os ingredientes para as receitas. Tatiana Cardoso, a proprietária, explica que o custo de produzir é maior, "mas compensa pelo conceito, que atrai clientes interessados nessa cozinha".

Por causa da sazonalidade dos ingredientes, o cardápio tem de ser adaptado conforme a estação.

A cachaçaria paulista Angelina também usa um produto que planta, mas começou por acaso: no terreno havia plantas de cambuci, um fruto da Mata Atlântica. A dona Alessandra Mauro resolveu utilizar o xarope na cachaça e o resultado "ficou ótimo", ela afirma.

O custo da mão de obra para a colheita é alto, e o investimento demora para dar retorno, diz. "Compramos 5.000 novas mudas, que só darão frutos daqui a alguns anos."

Isso torna o preço do produto final -R$ 40- elevado, se comparado com a média do mercado.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página