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PMEs vão atrás de seu quinhão do pré-sal

Programa vai capacitar pequenas e médias empresas para negócios

REINALDO CHAVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os investimentos bilionários previstos para explorar a camada pré-sal de petróleo na Bacia de Santos empolgam centenas de pequenas e médias empresas. Muitas companhias já começaram a se capacitar para aproveitar as oportunidades.

Só entre 2012 e 2016, a Petrobras planeja investimentos de US$ 131,6 bilhões em exploração e produção de petróleo e gás na região.

A expectativa das pequenas empresas da cadeia de petróleo e gás é tornarem-se fornecedoras da Petrobras ou de seus parceiros. Só a estatal fecha mais de 100 mil contratos por ano.

Para atender às exigências de qualidade do setor, um grupo de entidades (USP, Fiesp, Ciesp e Senai-SP) criou uma iniciativa para capacitar e incentivar a inovação da indústria paulista chamada Nagi PG (Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação na Cadeia de Petróleo e Gás).

Eles oferecem cursos em São Paulo, na Baixada Santista, no Vale do Paraíba e em Sertãozinho (as aulas começam em janeiro). Em 2013, vão abrir turmas em outras regiões do Estado.

A meta é formar, até 2014, 400 empresas que receberão assessoria para elaborar projetos de inovação e para aprender a requisitar verbas em instituições de fomento.

SETOR DE FASES

Segundo o diretor-adjunto de infraestrutura do Ciesp, Kalenin Branco, o negócio de combustíveis fósseis envolve um longo período de maturação, mas em todas as fases há oportunidades de lucro. "Do anúncio de um poço até a concretização da operação, são 15 anos de esforços. As pequenas e médias empresas precisam se capacitar logo, acompanhar cada fase da cadeia para aprender a encontrar negócios", diz Branco.

Uma pequena indústria que tenta surfar na onda do pré-sal é a Termodin, de São Paulo, que fabrica ventiladores industriais e equipamentos de ar-condicionado. A diretora-executiva da empresa, Juliana Pereira, 34, conta que já fez negócios com a cadeia de combustíveis, mas considera que os novos desafios são maiores por causa da competição externa. "Investimos na expansão da capacidade produtiva, em melhorias incrementais e em TI. O preço menor é a principal arma dos competidores externos, por isso a necessidade de se capacitar mais."

A empresária se inscreveu no Nagi PG enxergando oportunidades, mas também citou dificuldades, como o fato de a matéria-prima local ser mais cara.

Outra empresa atenta às oportunidades do setor é a Fast Work Solutions, de Santos. Seu proprietário, Cláudio Bruno Franco, 47, aposta em softwares de gestão empresarial em computação em nuvem, além de treinamento e suporte na área de TI.

Ele conta que, nas reuniões do Nagi PG, aprendeu quais são as opções públicas de financiamento para inovação. "As instituições exigem bons projetos, é preciso aprender a elaborá-los", diz.

A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) concentra no Brasil os investimentos para a cadeia de combustíveis fósseis nas pequenas empresas com os programas Inova Brasil e o Inova Petro (em parceria com o BNDES). São R$ 3 bilhões de recursos disponíveis, com limite de crédito de 90% do investimento.

DEMANDAS

Hoje, a principal operação da Petrobras em São Paulo está relacionada ao refino.

Para a retirada do óleo do pré-sal, prevista para iniciar plenamente em 2016 na Bacia de Santos, a estatal vai precisar de 38 novas plataformas, 45 sondas de perfuração e também da construção de refinarias e fábricas de fertilizantes, além da implantação de uma usina de biodiesel e de bases de distribuição.

Segundo o gerente de fornecimento de bens e serviços da Petrobras em Santos, Victor José de Saboya Oliveira, é um diferencial dispor de fornecedores que atendam à estatal em preço, prazo e qualidade, instalados próximos à sua operação. "Há ganhos relacionados ao fornecimento de peças sobressalentes, além da mitigação de riscos relacionados a variações cambiais", ele diz.

E há exigência de conteúdo nacional para várias áreas de exploração do setor de combustíveis. As primeiras sondas de perfuração construídas no Brasil terão 55% de conteúdo local. Um gasoduto pode atingir até 95%. Em relação à competição com fornecedores estrangeiros, Oliveira afirma que as pequenas empresas brasileiras também possuem trunfos nos negócios. "[Elas] têm oportunidades nos fornecimentos mais simples, a partir de seus registros locais. E também podem participar suprindo os fornecedores de itens mais complexos."

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