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Cientistas vão votar alteração na forma de medir o tempo

Ideia é abolir adição de segundos que acerta relógios com a rotação

DO “GUARDIAN”

Cientistas reunidos em Genebra vão votar nesta semana um plano para alterar a forma de medir a passagem dos segundos, minutos e horas que compõem o dia.

Se aceito, a definição do tempo deixará de ser determinada em última análise pela posição do sol no céu. Em vez disso, vamos contar com relógios atômicos altamente precisos como nosso único método para determinar a duração de um dia e de um ano.

A questão-chave a ser debatida na conferência da União Internacional de Telecomunicações na quinta-feira é a proposta de abolir os "segundos bissextos".

Esses segundos são adicionados ocasionalmente na duração do ano para manter o Tempo Universal Coordenado em sintonia com a rotação da Terra, que está se desacelerando, o que torna o dia um pouco mais longo.

Como essa variação da rotação é imprevisível, o segundo a mais é adicionado apenas a alguns anos. Este ano pode ser um deles.

Propõe-se que à meia-noite de 30 de junho, os relógios fiquem em 23:59:59 por dois segundos, para "alongar" um pouco 2012. A mudança pode ser a última desse tipo.

Alguns cientistas alertam que a adição desse segundo de forma inconsistente em alguns relógios poderia causar uma falha suficiente para atrapalhar transações financeiras ou provocar um desastre aéreo, por exemplo. Daí o plano, apoiado pelos EUA, para abolir o ajuste.

Outros discordam. Peter Whibberley, do Laboratório Nacional de Teddington, em Londres, disse que "não há evidências de que algo sério poderia acontecer se houver um erro na introdução do segundo em um sistema".

O fato é que em algum ponto os relógios teriam de se reconciliar com a rotação. Em cerca de 2.000 anos, a diferença seria de quatro horas. Ou se adicionam segundos a cada poucos anos ou um minuto em algumas décadas, dizem os opositores da ideia.

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