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EUA justificam censura a artigos sobre supervírus da gripe aviária

Para conselho, publicação pode dar "receita" para bioterroristas

DE SÃO PAULO

O NSABB (Conselho Científico para a Biossegurança Nacional) finalmente revelou os motivos oficiais que levaram o governo dos EUA a pedir a censura de parte de dois artigos científicos sobre um grupo de mutações que deixa o vírus da gripe aviária (H5N1) supertransmissível.

De acordo com o órgão, a ampla divulgação dos procedimentos que levaram à criação do vírus modificado poderia permitir que "alguma pessoa, organização ou governo" desenvolvesse as mutações semelhantes com fins "prejudiciais". Em outras palavras: bioterrorismo.

O comunicado, publicado on-line pelas revistas "Nature" e "Science", que estão analisando os artigos em questão, reitera a necessidade de manter informações vitais para as mutações de fora dos artigos. Uma decisão que, segundo o documento, levou em conta tanto os aspectos positivos quantos os negativos dessa exposição.

"Nós não acreditamos que, nesse caso, a disseminação de informações sobre a metodologia é um ato responsável", diz o documento.

A polêmica começou quando cientistas dos EUA e da Holanda conseguiram, de forma independente, induzir uma cepa do vírus a mutações que o tornaram altamente transmissível entre mamíferos. Em geral, ele não infecta humanos, apenas aves.

Quando o faz, porém, a taxa de letalidade da doença é superior a 50%.

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