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Estudo revela novo alvo contra a calvície

Substância que aparece apenas na parte calva do couro cabeludo atrapalha folículos capilares, diz grupo dos EUA

Cientistas também identificaram maneira de bloquear a ação dessa molécula, o que pode levar a terapia

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE “CIÊNCIA E SAÚDE”

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, identificaram o que parece ser uma diferença importante entre um couro cabeludo cheio de fios de cabelo e outro pelado.

Trata-se da produção de uma substância do grupo das prostaglandinas, moléculas que atuam como mensageiras químicas em todo tipo de função do organismo. Eles apostam que, se for possível bloquear a ação dessa substância, será viável atacar a calvície com mais precisão.

A descoberta é importante para os que desejam conservar sua cabeleira porque hoje existem apenas dois medicamentos com ação comprovada contra a perda de cabelos masculina -e, mesmo assim, os efeitos deles estão longe de ser perfeitos.

Adicionar mais uma arma a esse arsenal poderia significar, portanto, resultados melhores para aqueles que não querem ficar carecas.

O estudo liderado por Luis Garza está na edição desta semana da revista especializada "Science Translational Medicine". Na pesquisa, Garza e seus colegas estudaram cerca de 20 homens com alopecia androgenética masculina, nome dado à forma mais comum de calvície, provocada pelo metabolismo do hormônio testosterona.

CALVOS, MAS NEM TANTO

Esses homens, embora estivessem perdendo cabelo, ainda não estavam totalmente carecas. E isso permitiu que os cientistas comparassem a expressão (ou seja, o padrão de ativação) de genes do couro cabeludo na parte calva e na parte cabeluda da cabeça.

Foi justamente essa comparação que revelou a presença aumentada da proteína prostaglandina D2 na parte calva do couro cabeludo.

O próximo passo foi verificar o papel da substância nos folículos capilares, dos quais brotam os cabelos.

Os cientistas conseguiram cultivar folículos em laboratório e viram que a presença aumentada da substância era capaz de deter o crescimento dos fios de cabelo, mostrando que eles estavam seguindo a pista certa.

Mais importante ainda, a equipe também conseguiu identificar o receptor (a "fechadura química" das células) à qual a prostaglandina D2 se liga para causar seu efeito nefasto. Com isso, já seria possível, em tese, usar uma droga que bloqueia esse receptor para tratar a queda de cabelo.

Curiosamente, drogas que fazem isso já estão sendo testadas contra asma.

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