Rio+20

Cem líderes confirmam presença na cúpula

	Anderson Barbosa/Fotoarena
	Embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, que chefia as negociações sobre a Rio+20

Faltando pouco mais de dois meses para o início da Rio+20, cem chefes de Estado já confirmaram presença na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que será realizada em junho.

Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil no encontro, ainda não é possível divulgar os nomes dos países que enviarão seus líderes ao encontro ambiental.

Uma ausência, porém, é certa: a do primeiro ministro britânico David Cameron, que já disse que não virá ao Rio. É provável que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também não esteja entre os nomes confirmados na cúpula.

"O que sabemos é que cem chefes de Estado já pediram para discursar na plenária principal da cúpula", disse Corrêa do Lago ontem, em São Paulo. Cerca de 20 países confirmaram que seus chefes de Estado não poderão comparecer e deverão enviar negociadores de "alto nível" como representantes, segundo o embaixador. A cúpula dos chefes de Estado ocorre entre os dias 20 e 22 de junho, no RioCentro.

É alta a expectativa de que a Rio+20 atraia tantos chefes de Estado quanto sua antecessora, a Eco-92. "É inevitável a comparação", disse Corrêa do Lago. Em 1992, a conferência da ONU reuniu 108 lideranças, entre elas o então presidente dos Estados Unidos, George Bush, e Fidel Castro, representando Cuba e os países do bloco socialista.

REUNIÕES PARALELAS

Até a realização da cúpula, vários eventos paralelos tentam destravar as negociações para o documento final da Rio+20. O chamado Rascunho Zero, primeira versão do texto, já foi discutido em uma reunião preparatória em Nova York há duas semanas.

A partir de amanhã, um evento extraoficial reunirá cerca de 40 negociadores no Palácio do Itamaraty, no Rio.

Segundo o embaixador, o objetivo do encontro, que vai até sexta-feira, é avançar nos temas do Rascunho Zero. Virão negociadores dos Estados Unidos, da União Europeia e do bloco Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China).

O esforço é melhorar o documento, que foi considerado superficial por grupos de cientistas e ONGs, e chegar a um consenso sobre a economia verde, tema-chave da conferência.