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Rio+20

Manifesto tenta 'salvar' cúpula do fracasso

Grupo formado por ex-ministros do Meio Ambiente deve entregar documento à presidente

ANDREA VIALLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O grupo dos ex-ministros do Meio Ambiente encabeçado pelo embaixador Rubens Ricupero e pela ex-senadora Marina Silva apresentou ontem, em São Paulo, um manifesto para "salvar" do fracasso a Rio+20, a conferência ambiental das Nações Unidas que será realizada em junho.

Segundo o manifesto, as principais questões ambientais da atualidade, como as mudanças climáticas e os limites físicos do planeta, estão fora da pauta da cúpula.

"Há um elevado risco de que a Rio+20 seja não apenas irrelevante, mas configure um retrocesso. Essa percepção pode conduzir a um esvaziamento da conferência em termos de presença de chefes de Estado e de governo", alerta o documento, assinado por ex-ministros, economistas e cientistas.

Eles cobram do governo mais visão estratégica na condução dos trabalhos para a conferência. Também sugerem a adoção de políticas industriais, sociais e de inovação que coloquem o Brasil no caminho de transição para a economia verde.

O grupo de ex-ministros aguarda uma audiência com a presidente Dilma Rousseff ainda neste mês para entregar o documento.

Na avaliação de Ricupero, a falta de ambição em tornar a Rio+20 tão relevante quanto foi a Eco-92 em tratados e acordos ambientais reflete a postura do próprio governo federal diante desses temas.

"A posição do Brasil é tímida porque o governo brasileiro não acredita nas mudanças climáticas. Há uma atitude de negação e adiamento frente a esses temas", diz.

A posição oficial do Itamaraty é a de que a Rio+20 será uma conferência sobre desenvolvimento sustentável, apoiada em três pilares: social, ambiental e econômico.

Para o ex-deputado Fábio Feldmann, é preocupante que o Brasil, como anfitrião, não queira debater as questões ambientais na Rio+20. "O Brasil está tímido porque não quer desagradar ninguém e no final vai acabar desagradando todo mundo."

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