São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2004

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GENÉTICA

Comparação com DNA de camundongo e homem terá aplicação médica

Genoma dos ratos já tem rascunho

MAGGIE FOX
DA REUTERS

O genoma (conjunto de genes) do rato se juntou hoje à crescente lista de criaturas cujo DNA foi transcrito. Os especialistas dizem que ele fará do rato de laboratório, já tão apreciado pelos cientistas, uma ferramenta ainda melhor para combater doenças humanas.
O rato é a terceira espécie de mamífero a ter seu DNA seqüenciado em tal nível de detalhe, após a conclusão do genoma humano em abril de 2003 e a versão-rascunho do genoma do camundongo em dezembro de 2002.
Ele confirma que o rato de laboratório é de fato uma boa escolha para pesquisa médica. Quase todos os genes humanos associados a doenças têm equivalente no genoma do rato, escrevem os pesquisadores na edição de hoje da revista científica "Nature" (www.nature.com).
"Esse é um investimento destinado a oferecer grandes recompensas na luta contra doenças humanas", disse Elias Zerhouni, chefe dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA), órgão responsável pela maior parte do financiamento à pesquisa.
"Por cerca de 200 anos, o rato de laboratório teve um papel valioso nos esforços para entender a biologia humana e desenvolver novas e melhores drogas", completou. "Agora, armada com esses dados de seqüenciamento, uma nova geração de pesquisadores será capaz de melhorar enormemente a utilidade dos modelos de rato e, portanto, de melhorar a saúde humana."
Os pesquisadores, liderados por uma equipe no Centro de Seqüenciamento do Genoma, no Texas, escolheram a espécie Rattus norvegicus para a pesquisa. Esse animal foi conhecido no passado por infestar navios e é diferente dos ratos negros, Rattus rattus, notórios por espalhar peste bubônica.
"À medida que avançamos sobre as fundações criadas pelo Projeto Genoma Humano, fica claro que comparar o genoma humano com os de outros organismos é a ferramenta mais poderosa disponível para entender os complexos componentes genômicos envolvidos na saúde e nas doenças humanas", diz Francis Collins, líder do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, nos EUA.
Ter o genoma de ratos, camundongos e humanos ajudará a fazer comparações e descobrir de onde vêm as diferenças entre esses três animais, e quais são as características próprias de roedores e aquelas comuns a um grupo mais amplo de mamíferos.


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