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Peixes recém-descritos podem sumir com desastre petroleiro
DA ASSOCIATED PRESS
Cientistas afirmaram ontem que o vazamento no golfo do México é um desastre
não só para a vida na superfície do mar, mas também em
suas profundezas -cujos habitantes vão do minúsculo
plâncton à baleia cachalote.
Grupos de animais marinhos emergem todas as noites de águas profundas para
águas mais rasas para alimentar-se de outros peixes.
Espécies que vivem perto
da superfície, como camarões, servem de alimento para muitos desses animais.
Além disso, algumas dessas espécies estão em sua
época anual de procriação.
Ovos expostos ao óleo tornam-se rapidamente inviáveis, e os animais que conseguirem nascer poderão morrer de fome com a queda na
quantidade de plâncton.
"Todo peixe e invertebrado que entra em contato com
o óleo está provavelmente
morrendo", afirmou Prosanta Chakrabarty, da Universidade Estadual da Louisiana.
"Nós podemos muito bem
perder dezenas de espécies
vulneráveis de peixes."
Em 2009, Chakrabarty
descobriu duas novas espécies de peixes-morcego vivendo a cerca de 48 quilômetros da costa da Louisiana,
perto da região onde a plataforma afundou.
É possível que, quando o
artigo científico de Chakrabarty descrevendo a descoberta for publicado na edição
de agosto do "Journal of Fish
Biology", as duas espécies
estejam seriamente ameaçadas ou até extintas. "Infelizmente, até lá o vazamento de
petróleo vai ter jogado milhões de litros de petróleo no
seu habitat", disse ele.
"Esse desastre vai matar
mais espécies de peixes do
que a BP sequer imagina que
existam", disse Kevin Curole,
morador de uma vila de pescadores na Louisiana. "As
pessoas costumavam vir
aqui para pesquisar. Mas
agora elas irão visitar um memorial de um estilo de vida
extinto", disse ele.
Segundo pesquisadores,
pelo menos duas grandes colunas de óleo foram encontradas a centenas de metros
abaixo da superfície.
Executivos da BP, no entanto, negam o espalhamento de óleo sob a superfície. O
presidente da empresa, Tony
Hayward, disse que o óleo
naturalmente sobe à superfície e que qualquer óleo encontrado nas profundezas
encontra-se a caminho do topo da coluna d'água.
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