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MEDICINA
Mulher de 38 anos teve a face destruída pelo ataque de um cachorro
França faz 1º transplante de rosto
DA REDAÇÃO
Médicos franceses dizem ter
realizado o primeiro transplante
parcial de rosto, dando um novo
nariz, um novo queixo e novos lábios para uma mulher desfigurada pelo ataque de um cachorro.
Cirurgiões de dois hospitais realizaram a operação em uma mulher de 38 anos no domingo, na cidade de Amiens, no norte francês.
"A paciente está em estado excelente e o transplante parece normal", afirmaram os hospitais numa nota à imprensa.
"O transplante foi tirado de um
doador de múltiplos órgãos, com
o consentimento da família."
A mulher foi deixada sem o nariz e os lábios depois que um cão a
atacou em maio passado. Ela se
tornou incapaz de falar ou mastigar. A operação foi liderada por
Jean-Michel Dubernard, um especialista de um hospital na cidade de Lyon, e Bernard Devauchelle, de Amiens.
Stephen Wigmore, chefe do comitê de ética da Sociedade Britânica de Transplantes, disse que
equipes na França, nos Estados
Unidos e no Reino Unido têm desenvolvido diversas técnicas para
tornar os transplantes faciais uma
realidade, embora ninguém tenha
se arriscado a colocá-las em prática até agora.
O procedimento nem é permitido atualmente em território britânico -preocupações relativas à
imunossupressão (necessidade
de "desligar" o sistema imunológico do paciente para que ele não
rejeite o tecido de outra pessoa em
seu corpo), ao impacto psicológico e às conseqüências de uma
operação malsucedida bloquearam a liberação.
"Esse é o primeiro transplante
facial da era moderna", declarou
Iain Hutchins, cirurgião facial e
diretor da Fundação de Pesquisa
de Cirurgia Facial Saving Faces,
uma organização médica britânica sem fins lucrativos.
Hutchins disse que, embora todos os avanços médicos devam
ser celebrados, a operação de
transplante de rosto levantou
muitas questões éticas e morais.
"Essa foi uma operação de "qualidade de vida", em vez de uma
operação para salvar uma vida, e
ela tem muitas implicações para
as famílias do doador e do receptor", disse.
Os médicos responsáveis pela
cirurgia dizem que a mulher não
se parecerá com o doador, mas
também não terá a mesma aparência que tinha antes do ataque.
Em vez disso ela terá um rosto
"híbrido", indicam.
Com Reuters
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