São Paulo, quinta-feira, 01 de dezembro de 2005

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MEDICINA

Mulher de 38 anos teve a face destruída pelo ataque de um cachorro

França faz 1º transplante de rosto

DA REDAÇÃO

Médicos franceses dizem ter realizado o primeiro transplante parcial de rosto, dando um novo nariz, um novo queixo e novos lábios para uma mulher desfigurada pelo ataque de um cachorro.
Cirurgiões de dois hospitais realizaram a operação em uma mulher de 38 anos no domingo, na cidade de Amiens, no norte francês. "A paciente está em estado excelente e o transplante parece normal", afirmaram os hospitais numa nota à imprensa.
"O transplante foi tirado de um doador de múltiplos órgãos, com o consentimento da família."
A mulher foi deixada sem o nariz e os lábios depois que um cão a atacou em maio passado. Ela se tornou incapaz de falar ou mastigar. A operação foi liderada por Jean-Michel Dubernard, um especialista de um hospital na cidade de Lyon, e Bernard Devauchelle, de Amiens.
Stephen Wigmore, chefe do comitê de ética da Sociedade Britânica de Transplantes, disse que equipes na França, nos Estados Unidos e no Reino Unido têm desenvolvido diversas técnicas para tornar os transplantes faciais uma realidade, embora ninguém tenha se arriscado a colocá-las em prática até agora.
O procedimento nem é permitido atualmente em território britânico -preocupações relativas à imunossupressão (necessidade de "desligar" o sistema imunológico do paciente para que ele não rejeite o tecido de outra pessoa em seu corpo), ao impacto psicológico e às conseqüências de uma operação malsucedida bloquearam a liberação.
"Esse é o primeiro transplante facial da era moderna", declarou Iain Hutchins, cirurgião facial e diretor da Fundação de Pesquisa de Cirurgia Facial Saving Faces, uma organização médica britânica sem fins lucrativos.
Hutchins disse que, embora todos os avanços médicos devam ser celebrados, a operação de transplante de rosto levantou muitas questões éticas e morais.
"Essa foi uma operação de "qualidade de vida", em vez de uma operação para salvar uma vida, e ela tem muitas implicações para as famílias do doador e do receptor", disse.
Os médicos responsáveis pela cirurgia dizem que a mulher não se parecerá com o doador, mas também não terá a mesma aparência que tinha antes do ataque. Em vez disso ela terá um rosto "híbrido", indicam.


Com Reuters

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