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Para astrônomo, observatório é como videogame
DO ENVIADO ESPECIAL A LA SERENA
Trabalhando no Chile, o astrônomo Luciano Fraga, 32,
troca a noite pelo dia para comandar as observações no
Soar, que tem o Brasil como investidor majoritário. Diferentemente de astrônomos mais
"românticos", ele não faz questão de trabalhar junto do telescópio. Para Fraga, manipular
um dos maiores observatórios
do mundo é como jogar videogame. Ele faz tudo desde uma
estação de trabalho em sua casa, numa colina na cidade de La
Serena, no litoral do Chile.
Não que estar ao lado da
praia traga vantagem recreativa. Por causa da água gelada,
em um ano e sete meses Fraga
entrou no mar apenas um dia.
Mas ele não dispensa um farto
risoto de frutos do mar.
No Soar, Fraga é um astrônomo residente. Na prática ele e a
mulher vivem no Chile com
uma bolsa de pós-doutorado do
CNPq. Além de fazer suas próprias pesquisas, o cientista
também tem a árdua e complexa tarefa de fazer observações
para outros projetos, de pesquisadores que estão no Brasil.
O astrônomo trabalha seguindo procedimentos rígidos,
atendendo a uma lista de pesquisas de pessoas do Brasil. De
acordo com o tempo que ele terá em dada noite diante do controle do Soar, ele escolhe quais
observações vai fazer. A quantidade de nuvens no céu também
influi na decisão. A conversa
entre operador e o autor do
projeto, quando ocorre, é via
internet. Depois de feitas as observações, os dados são transmitidos direto para o Brasil.
Fraga, que na verdade queria
ter se especializado em computação na Universidade Federal
de Santa Catarina -ele é de
Porto Alegre, mas cresceu em
Florianópolis-, acabou caindo
por acaso na astronomia. E
agora não quer mais sair.
Além de gostar de La Serena
-por causa da tranquilidade-
não quer deixar de escapar a
oportunidade de mexer em
"brinquedinhos" maiores ainda. Um nova era de telescópios
com espelhos de até 40 metros
deve começar para valer em
cinco ou seis anos.
(EG)
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