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Ave gigantesca só podia decolar como asa-delta
Peso do animal limitava vôo com asas batendo
"PNAS"
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Reconstituição de Argentavis, maior das aves voadoras |
DA REDAÇÃO
Na hora de capturar suas presas, pesar 70 quilos e medir 7
metros de uma ponta à outra
das asas deveria ser uma bela
vantagem para uma ave que habitou a Argentina 6 milhões de
anos atrás. Mas, na hora de decolar para procurar o almoço,
as dimensões exageradas da Argentavis magnificens -a maior
ave voadora que já existiu-
eram um problema, revelam
cientistas.
Em estudo publicado hoje na
revista da Academia Nacional
de Ciências dos EUA, a
"PNAS", um trio de paleontólogos afirma que a Argentavis só
era capaz de decolar correndo
ladeira abaixo e abrindo as
asas, como fazem os pilotos de
asa delta. Ou saltando de um
local alto, como um barranco.
Isso porque a enorme massa
do animal -16 vezes mais pesado que uma águia grande- limitava a quantidade de energia
que seus músculos eram capazes de produzir para sustentar
um vôo batido, como o das aves
modernas. O predador pré-histórico, que habitava o sopé dos
Andes e tinha o tamanho de
um avião pequeno, precisaria
de uma inclinação, uma "pista"
e vento contra. Decolar do
chão, como fazem hoje os urubus, nem pensar.
Os cientistas, liderados por
Sankar Chatterjee, da Texas
Tech University, fizeram a primeira simulação do vôo do animal, usando medições feitas
em seus fósseis e um programa
de computador. Eles descobriram que o tamanho da Argentavis estava no limite para uma
ave voadora, mas que ela deveria ser uma planadora eficaz.
O animal usaria as térmicas
(correntes de ar ascendente),
freqüentes na região e alimentadas por ventos que sopram do
oceano Atlântico através dos
pampas, para planar em círculos indefinidamente. "Planar
não seria um problema; o fator
limitante era a decolagem", disse Chatterjee à agência de notícias Reuters.
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