São Paulo, terça-feira, 03 de julho de 2007

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Ave gigantesca só podia decolar como asa-delta

Peso do animal limitava vôo com asas batendo

"PNAS"
Reconstituição de Argentavis, maior das aves voadoras


DA REDAÇÃO

Na hora de capturar suas presas, pesar 70 quilos e medir 7 metros de uma ponta à outra das asas deveria ser uma bela vantagem para uma ave que habitou a Argentina 6 milhões de anos atrás. Mas, na hora de decolar para procurar o almoço, as dimensões exageradas da Argentavis magnificens -a maior ave voadora que já existiu- eram um problema, revelam cientistas.
Em estudo publicado hoje na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, a "PNAS", um trio de paleontólogos afirma que a Argentavis só era capaz de decolar correndo ladeira abaixo e abrindo as asas, como fazem os pilotos de asa delta. Ou saltando de um local alto, como um barranco.
Isso porque a enorme massa do animal -16 vezes mais pesado que uma águia grande- limitava a quantidade de energia que seus músculos eram capazes de produzir para sustentar um vôo batido, como o das aves modernas. O predador pré-histórico, que habitava o sopé dos Andes e tinha o tamanho de um avião pequeno, precisaria de uma inclinação, uma "pista" e vento contra. Decolar do chão, como fazem hoje os urubus, nem pensar.
Os cientistas, liderados por Sankar Chatterjee, da Texas Tech University, fizeram a primeira simulação do vôo do animal, usando medições feitas em seus fósseis e um programa de computador. Eles descobriram que o tamanho da Argentavis estava no limite para uma ave voadora, mas que ela deveria ser uma planadora eficaz.
O animal usaria as térmicas (correntes de ar ascendente), freqüentes na região e alimentadas por ventos que sopram do oceano Atlântico através dos pampas, para planar em círculos indefinidamente. "Planar não seria um problema; o fator limitante era a decolagem", disse Chatterjee à agência de notícias Reuters.


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