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ONU elogia ação da China sobre clima
ROBERTO DIAS
EM BARCELONA
País que mais emite gases-estufa, a China ganhou
ontem rasgado elogio do
homem da ONU para assuntos climáticos.
"A China é hoje líder
mundial na limitação às
emissões dos gases-estufa", afirmou o holandês
Yvo de Boer na abertura
da última reunião preparatória para a conferência
do clima de Copenhague.
O representante americano no encontro de Barcelona não discordou, mas
emendou uma canelada
nos anfitriões. "A visão de
que os EUA não estão se
esforçando não é correta.
Estamos fazendo mais do
que a União Europeia",
disse Jonathan Pershing.
Os europeus jogaram no
mesmo campo, embora
com mais sutileza. "Outros países desenvolvidos
deveriam demonstrar sua
liderança", declarou o sueco Andreas Carlgren, ministro do Ambiente.
Os EUA não se comprometeram até agora com
nenhum número nos dois
assuntos que mais importam na discussão diplomática: quanto vão cortar nas
emissões de gases até
2020 (prazo final utilizado
nas negociações atuais) e
quanto dinheiro colocarão
para financiar ações contra o aquecimento global.
Tanto o chefe da ONU
quanto o representante
americano fizeram questão de dizer que veem
grandes diferenças entre a
situação dos EUA agora e a
que o país tinha em 1997,
quando foi assinado o Protocolo de Kyoto, primeiro
tratado global do clima.
Na época de Kyoto, a Casa Branca, então comandada por Bill Clinton, não
tinha o apoio necessário
no Congresso. "Havia uma
grande desconexão entre a
delegação dos EUA e o
sentimento no Senado",
afirmou De Boer.
A pressão sobre os EUA
surgiu também em evento
de ONGs brasileiras em
Barcelona. "Não se vai resolver o problema se o cara
não aparecer [em Copenhague]. E o cara não é o
Lula. É o Obama. Ele pode
fazer a diferença, e não está fazendo", disse Paulo
Adário, do Greenpeace.
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