São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Painel do clima não é neutro em carbono

DO ENVIADO A BANCOC

O IPCC ainda não sabe como ele próprio vai neutralizar as emissões resultantes das numerosas viagens de avião de seus membros. O fato de a reunião desta semana ser realizada na longínqua (para a maior parte dos delegados) Tailândia ilustra essa ironia. Quase todos os 313 participantes de 105 países vieram voando para Bancoc. E voar é um dos jeitos mais poderosos conhecidos de emitir gases de efeito estufa.
Uma passagem aérea São Paulo-Bancoc representa nada menos do que 4 toneladas de gás carbônico: é o que um cidadão de um país pobre emite, em média, em um ano.
O painel do clima não atacou ainda o problema. "Não há critérios definidos ainda. O painel não pode dizer: "Eu sou neutro em carbono'", diz Carola Saibante, assessora de imprensa do IPCC.
No sumário executivo que será divulgado hoje em Bancoc, o tema aviação passou voando. O lobby das empresas aéreas, com apoio da delegação dos EUA, conseguiu evitar que as emissões do setor fossem mencionadas.
"Essa é uma área para a qual não há solução, por enquanto", disse Suzana Kahn Ribeiro, brasileira que coordenou o capítulo de transportes do relatório. Segundo ela, não há tecnologia que dê conta de limpar a aviação num futuro previsível, especialmente com passagens internacionais cada vez mais baratas. "A demanda sobe de 3% a 4% ao ano", afirma. O IPCC que o diga. (CA)


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