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MEDICINA
Fruto ameniza efeito de quimioterapia em roedor
Pequi combate radicais livres e protege células contra mutação
CRISTINA AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O arroz com pequi, prato típico
da região Centro-Oeste, acaba de
ganhar um novo sabor. Os biólogos Cesar Koppe Grisolia e Juliana Khouri, do Laboratório de Genética e Mutagênese da Universidade de Brasília, descobriram que
o extrato daquele fruto ajuda a reduzir o índice de mutação em células sadias expostas a drogas usadas em quimioterapia.
O pequi (Caryocar brasiliense)
é característico do cerrado e usado na culinária regional. Ele é rico
em vitaminas A,C e E e em carotenóides, que evitam a formação de
radicais livres no corpo. Essas
substâncias podem levar à formação de tumores, a doenças cardiovasculares e ao envelhecimento.
Grisolia e Khouri trataram camundongos com extrato de pequi
diluído em água. Os animais receberam depois duas substâncias
que provocam o surgimento de
radicais livres no corpo, a ciclofosfamida e a bleomicina.
"Nos animais tratados previamente com o extrato, obtivemos
uma redução de 35% a 40% no índice de quebra de DNA das células sadias", disse Grisolia. O mesmo resultado foi obtido in vitro
-atualmente, o tratamento está
sendo testado em moscas. Segundo Khouri, o estudo mostra que o
consumo do pequi pode diminuir
os efeitos colaterais da quimioterapia. "Por isso, usamos o extrato
em estado aquoso, porque é uma
forma próxima daquela usada na
culinária", explicou à Folha a bióloga da UnB.
O pequi não é o único alimento
que combate os radicais livres.
Pesquisas anteriores indicam que
o tomate e a maçã, por exemplo,
possuem a mesma propriedade.
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