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CARTOGRAFIA
Publicação facilita cruzamento de variáveis sociais e geográficas
IBGE lança mapa digital do
país com perfis ambientais
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) lançou
ontem o primeiro mapa digital integrado do país, com uma escala
de 1 para 1 milhão, padrão recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para padronizar informações de vários
países do mundo.
Iniciativa que faz parte da Agenda 21 (elaborada durante a Eco-92), o mapa permite diversos cruzamentos de dados sobre solos,
relevo, hidrografia, malha viária e
recursos minerais, entre outros.
Cruzamentos
É possível agrupar as informações por região, cidade e Estado.
Podem-se ainda fazer cruzamentos, como, por exemplo, solos de
acordo com o relevo, malha viária
segundo a hidrografia ou recursos
minerais em terras indígenas.
Para ilustrar, o IBGE levantou
informações, a pedido da Folha, e
recortou dados sobre terras indígenas e áreas de proteção (reservas, monumentos e áreas militares) por unidades da federação.
Em todo o país, existem 533
áreas de preservação e 382 reservas indígenas. Do território brasileiro (8.514.876 km2), 11,4% são de
reservas indígenas e e 1,6% de
parques estaduais ou nacionais.
Já as áreas especiais (monumentos, florestas e proteção ambiental) correspondem a 3,5% do
território nacional. Existem ainda
locais de reservas biológicas e ecológicas, que representam algo como 1,7% do total.
Tanto no caso de terras reservadas aos índios como no de locais
de proteção, Roraima é o Estado
com os maiores percentuais: 72%
e 23%, respectivamente, de sua
área total.
O Distrito Federal tem 22% de
área considerada como local de
proteção. Por outro lado, não há
lá nenhuma reserva indígena.
No Amazonas, 30% da área está
dedicada a terras indígenas. No
Amapá, são 29%. Em Rondônia,
26%. O percentual também é alto
no Pará e no Mato Grosso (ambos
com 24%).
Na ponta oposta está Piauí (zero), Sergipe, Paraíba e Ceará, Estados nos quais menos de 1% da
área está demarcada como terras
indígenas. Em São Paulo, o percentual é de 1%.
Já em relação aos locais de proteção, o Ceará aparece em terceiro
lugar (17%), seguido por Amazonas e Piauí (ambos 7%). São Paulo
tem 1%.
O Rio Grande do Norte é o único Estado que não tem nem área
de preservação nem locais de demarcação indígena.
Padronização
Segundo o IBGE, a padronização recomendada pela ONU permitirá estudar em conjunto fenômenos ambientais e climáticos
que afetam vários países, como
aumento do nível do mar, desertificação, aquecimento global e desmatamento.
Os mapas poderão ser acessados por escolas, bibliotecas e órgãos públicos. Para fazer recortes
específicos, porém, é preciso um
software especial.
O IBGE tem como parceiros no
projeto do mapa várias instituições: Funai, ANP (Agência Nacional do Petróleo), ANA (Agência
Nacional de Águas), Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Incra,
Embrapa e Ibama, entre outras.
Cada uma fará estudos em sua
área a partir da base de dados que
gerou o mapa.
Mais informações sobre o mapa em
www.ibge.gov.br ou www.iscgm.org
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