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Novo remédio ataca hepatite C em macaco
Após sucesso em chimpanzés, testes já chegam a pessoas; droga pode integrar coquetel contra doença
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo medicamento contra hepatite C foi testado com
sucesso em chimpanzés, o que
aumenta as chances de que o
remédio funcione também em
pessoas. O resultado é importante porque os tratamentos
atuais só funcionam em metade dos infectados pelo vírus da
hepatite C, que atinge até 300
milhões de pessoas no mundo.
O estudo, que deve sair numa
edição futura da revista especializada americana "Science",
é uma parceria entre a Fundação do Sudoeste para Pesquisa
Médica (EUA) e a empresa dinamarquesa Santaris Pharma.
Os pesquisadores, liderados
por Henrik Orum, da Santaris,
conseguiram neutralizar uma
pequena molécula de RNA (o
"primo" do DNA, responsável
por uma série de funções importantes nas células). Sem ela,
o vírus da hepatite C perde um
sistema essencial que usa para
multiplicar o próprio RNA, seu
material genético, dentro das
células hepáticas (do fígado, daí
o nome da doença).
Por enquanto, a abordagem
foi testada apenas em quatro
chimpanzés. "Tínhamos poucos animais disponíveis", disse
Orum ao podcast da "Science".
Em três deles, a carga de vírus
no organismo foi reduzida a
centésimos. O quarto chimpanzé apresentou flutuações na
presença do patógeno.
Dois outros resultados do estudo indicam que a molécula é
uma ferramenta promissora
contra a hepatite C. Ao que parece, o vírus tem dificuldade de
adquirir resistência ao medicamento. E ele funciona em circunstâncias nas quais as formas de tratamento disponíveis
hoje são ineficazes.
Por isso mesmo, uma das
possibilidades é combinar a nova terapia com as atuais numa
espécie de coquetel, tal como é
feito com sucesso contra o HIV.
Segundo Orum, o grupo já está avaliando a segurança da
substância em pessoas saudáveis, e a expectativa é poder testá-lo em pacientes ainda no ano
que vem se os resultados desse
ensaio inicial forem positivos.
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