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Computadores podem afirmar se obras de arte são imitações
Método consegue transformar estilo de cada artista em equações matemáticas
DA REPORTAGEM LOCAL
A matemática está ajudando
a arte. Cientistas mostraram
agora que podem, utilizando
cálculos sofisticados em um
computador, dizer com precisão se uma obra é mesmo de
um artista famoso ou se não
passa de uma imitação.
Para testar o mecanismo, utilizaram as obras da Pieter
Bruegel, pintor flamengo do século 16, que tem várias obras
conhecidas e um grande número de imitadores.
O método consiste em, digitalmente, dividir as obras em
vários pedaços bem pequenos,
que são transformados em códigos matemáticos. É como se,
grosso modo, esses códigos representassem detalhadamente
o traço de cada artista. Trata-se
de uma técnica para "quantificar o estilo artístico", escrevem
os autores. O nome da área que
foi dado a essa área da ciência,
aliás, é "estilometria".
Assim, quando os cientistas
se deparam com uma obra falsa, podem analisá-la nos seus
computadores e perceber que
os seus códigos matemáticos
não batem com o padrão de um
artista e que, portanto, o traço
não é dele -mesmo que as diferenças sejam muito sutis.
O trabalho foi publicado na
revista científica "PNAS" por
pesquisadores do Dartmouth
College e da Universidade
Brown, nos Estados Unidos.
O método proposto, porém,
tem um problema: só funciona
bem com artistas que deixaram
uma quantidade grande de
obras. Quando não existem
muitos quadros disponíveis de
um pintor, é como se o computador não tivesse exemplos suficientes para determinar bem
qual é o seu estilo. A precisão,
então, fica comprometida, fazendo com que não seja possível reconhecer imitações.
Ainda existem, portanto, limitações para comparar obras
de arte usando matemática,
mas elas vêm diminuindo.
Essas técnicas computacionais vêm proliferando nos últimos anos porque têm uma
grande vantagem: a objetividade numérica. Dessa forma, é
possível evitar impressões subjetivas humanas sobre o que é
artisticamente parecido e o que
não é.
(RICARDO MIOTO)
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