São Paulo, quarta-feira, 05 de janeiro de 2011

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Ave jamaicana usava as asas como clavas, dizem pesquisadores

Osso do membro, "grotescamente inflado", permitia duelos de socos entre os animais

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

A cena provavelmente ficava entre o épico e o ridículo: furiosa, a ave agarrava a rival com o bico e a cobria de pancadas com a ponta de uma das asas. Era como se a asa do bicho fosse um pequeno porrete emplumado.
Essa adaptação esquisitíssima acaba de ser flagrada por pesquisadores americanos na Xenicibis xympithecus, que tinha o tamanho de uma galinha e viveu na Jamaica até cerca de 10 mil anos atrás. Os duelos com "clava" eram tão comuns que os esqueletos dos bichos estão cheios de fraturas causadas por pancadas.
Nicholas Longrich, da Universidade Yale, e Storrs Olson, da Instituição Smithsonian, contam a história da criatura em artigo na revista científica "Proceedings of the Royal Society B". Era uma espécie não voadora de íbis, a ave pernalta venerada pelos antigos egípcios.
Os ossos da asa denunciam a adaptação bizarra. Perto da ponta do membro, o metacarpo é "alongado, grotescamente inflado e tem paredes extremamente grossas", escrevem os cientistas. É como se o osso tivesse uma luva de boxe na ponta. O bicho se extinguiu quando os humanos chegaram à ilha.


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