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São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2003

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VLS-1

Idéia é lançar veículo até 2006

Ministros pedem mais R$ 130 mi para foguete

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) e José Viegas (Defesa) aproveitaram uma audiência no Senado para pedir mais verbas para o projeto VLS (Veículo Lançador de Satélites).
Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, mais R$ 130 milhões seriam necessários no ano que vem, além dos R$ 47 milhões já previstos. Com esses recursos, uma nova tentativa de lançar o VLS poderia ser feita até 2006, ou seja, ainda no governo Lula.
O ministro José Viegas disse que mais recursos são necessários "para honrar o compromisso com as famílias das vítimas". Segundo ele, esse compromisso seria continuar com o programa espacial brasileiro e tentar lançar um VLS novamente.
Há 14 dias o VLS-1 pegou fogo na base de lançamento de Alcântara (MA). O incêndio foi causado pela ignição de um dos quatro motores do primeiro estágio e matou 21 técnicos civis do CTA (Centro Técnico Aeroespacial).
As investigações sobre as causas do acidente continuam, mas nenhum avanço importante foi divulgado ontem. Os técnicos continuam tentando descobrir o que teria causado a descarga elétrica que teria iniciado a ignição do combustível de um dos motores.
De acordo com o diretor do CTA, major-brigadeiro Tiago da Silva Ribeiro, é preciso saber por que a ignição foi iniciada em apenas um motor e de onde veio a corrente elétrica.
Ontem, novamente, o governo procurou afastar a hipótese de que o VLS tenha sido alvo de sabotagem. De acordo com Viegas, estava em funcionamento um programa de proteção, e não houve emissão de impulsos eletromagnéticos na hora do acidente.
A emissão de impulsos poderia ser um indício de sabotagem. De acordo com o Ribeiro, sabotagem seria "a última hipótese". "Foi um acidente, infelizmente", disse.

Concurso
A assessoria do ministro Roberto Amaral distribuiu uma nota com nove medidas para a retomada do Programa Espacial Brasileiro. Além da necessidade de mais recursos, o ministério sugere abertura de concurso para preencher vagas no CTA e no IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço). O ministério sugere também que se crie uma carreira específica para a área espacial "com salários competitivos".
(HUMBERTO MEDINA)


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