São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2011

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ANÁLISE

Suecos fazem aposta teórica arrojada com a premiação

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A premiação de Perlmutter, Schmidt e Riess representa um reconhecimento ímpar por parte da comissão do Nobel: para eles, a energia escura está aqui para ficar.
É um salto corajoso da normalmente conservadora academia sueca. Os inventores do microchip levaram "só" quatro décadas para ganhar. Já os descobridores da misteriosa aceleração da expansão do Universo precisaram de apenas 13 anos para a vitória.
Detalhe: não há muitas evidências adicionais que corroborem sua descoberta.
É fato que ela é calcada em alicerces bastante sólidos. Ainda assim, a conclusão é, no mínimo, extraordinária: a ideia de que uma força de natureza desconhecida, uma espécie de antigravidade só observada nas maiores escalas, está acelerando o espalhamento das galáxias. Como se não bastasse, essa entidade responde por pelo menos três quartos de tudo o que existe.
O reconhecimento por parte do Nobel dá a entender que há segurança em afirmar que a chamada energia escura é mais que uma miragem.
Em compensação, se mais tarde o conhecimento evoluir para transformar a energia escura num artefato teórico irreal, criado apenas para explicar fenômenos pouco compreendidos, teremos mais um dos raríssimos casos em que a academia sueca escorregou.


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